Pepe Escobar | Joe Biden com Benjamin Netanyahu | Vladimir Putin com Xi Jinping (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters)
Analista
geopolítico prevê fortalecimento da resistência palestina, assim como da reação
internacional ao genocídio
19 de outubro de 2024
247 – Em uma entrevista contundente ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, Pepe Escobar, jornalista e analista geopolítico, trouxe uma série de reflexões sobre a escalada de conflitos no Oriente Médio e as implicações globais dessas tensões, um dia após o assassinato do líder do Hamas Yahya Sinwar. Escobar abordou questões centrais como a resistência palestina, o papel de Israel, e a aliança estratégica entre Rússia e Irã, destacando que estamos diante de um ponto de inflexão no cenário internacional.
Para Escobar, Israel age como uma
máquina de matar no cenário geopolítico. "Israel é uma máquina de matar.
Eles matam todos, mas não matam a resistência ou a ideia de um estado
palestino", afirmou o analista. Segundo ele, os assassinatos em massa promovidos
por Israel contra líderes do Hamas e do Hezbollah não estão enfraquecendo os
movimentos de resistência, mas, pelo contrário, estão alimentando uma nova
geração de combatentes. "Esses assassinatos em massa vão gerar uma nova
geração ainda mais radical", acrescentou.
Escobar não poupou críticas à
estrutura de poder por trás da violência que assola a região, sublinhando que a
responsabilidade pelo genocídio palestino não recai sobre a humanidade como um
todo, mas sim sobre as elites ocidentais. "Não é a humanidade que
patrocina o genocídio, são as classes dominantes do Ocidente coletivo. A
humanidade é refém dessas classes dominantes", destacou.
A falta de uma estratégia clara por
parte de Israel também foi um ponto abordado. "Israel não tem uma estratégia,
nem um plano de saída", observou Escobar, explicando que o país continua
em uma escalada violenta sem uma perspectiva de longo prazo. Ele também
ressaltou que, atualmente, todos os analistas internacionais esperam um ataque
de Israel ao Irã nos próximos dias, o que poderia desencadear uma resposta
devastadora. "A resposta iraniana será gigantesca, na véspera da eleição
americana. E isso está deixando os democratas em pânico, às vésperas da eleição
americana", advertiu.
Escobar foi além, mencionando que o
objetivo de Israel é envolver os Estados Unidos em uma guerra direta contra o
Irã. "O sonho deles há décadas é atrair os Estados Unidos para uma guerra
contra o Irã", disse o analista, reforçando que o ex-presidente Donald
Trump tem sido um defensor fervoroso de Israel. "Trump é um sionista
absoluto", completou.
Outro aspecto que está alterando o
jogo geopolítico, segundo Escobar, é a aliança entre Irã e Rússia, que está se
tornando cada vez mais forte. "Outro ponto que está mudando o jogo, de
maneira absolutamente radical, é a aliança entre Irã e Rússia", afirmou. O
Irã já é membro dos BRICS e da Organização de Cooperação de Xangai,
consolidando sua posição nas principais alianças globais. Escobar destacou que
"a paciência estratégica russa com Israel está chegando ao limite" e
que, em breve, será firmada uma parceria estratégica formal entre Rússia e Irã.
O cenário descrito por Escobar aponta para um
potencial conflito de enormes proporções, no qual os Estados Unidos estariam
prestes a se envolver. "Os Estados Unidos podem estar comprando um choque
frontal contra Irã e Rússia", concluiu. Assista:
Nenhum comentário:
Postar um comentário