Lula, Xi Jinping, Putin, Biden e Pepe Escobar
(Foto: Reuters | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)
Analista geopolítico defende que o presidente Lula busque uma saída à la Garrincha para se livrar da marcação do Império
20 de outubro de 2024
247 – Em entrevista ao
jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o analista geopolítico Pepe
Escobar destacou o impacto da cúpula dos BRICS que acontecerá em Kazan, de 22 a
24 de outubro, apontando o evento como um ponto de inflexão para a nova ordem econômica
global. "A agenda central da cúpula de Kazan é o tema da
desdolarização", afirmou Escobar, ressaltando que as discussões giram em
torno de uma nova moeda de reserva e de medidas para reduzir a dependência do
sistema financeiro ocidental.
Para Escobar, tudo o que está
acontecendo no cenário internacional pode ser entendido como parte de uma
"ofensiva anti-BRICS", com o Ocidente tentando frear o avanço do
bloco e sua influência entre os países em desenvolvimento. Ele argumentou que
"é multipolaridade ou barbárie, multipolaridade ou guerras eternas",
destacando que o atual modelo de governança global não atende mais às
necessidades de grande parte do Sul Global.
O analista também avaliou o papel do
presidente Lula nesse cenário conturbado. Segundo ele, o líder brasileiro está
em uma posição delicada e precisa adotar uma postura de equilíbrio para navegar
entre os interesses conflitantes de grandes potências. "Lula não tem muita
alternativa, a não ser agir como equilibrista diante do turbilhão atual",
afirmou Escobar, sugerindo que o presidente busque uma saída à la Garrincha, o
lendário jogador de futebol conhecido por driblar habilidosamente seus
adversários. "Lula tem que agir como Garrincha", disse, fazendo
referência à capacidade de Lula de escapar da "marcação do Império".
Escobar destacou ainda que o avanço
dos BRICS é uma resposta à insatisfação crescente de muitos países com a ordem
internacional baseada em regras promovida pelo Ocidente. Para ele, a cúpula de
Kazan é uma oportunidade para que o bloco dê passos concretos em direção à
criação de um sistema financeiro alternativo e à intensificação das transações
comerciais entre os membros em suas respectivas moedas. "A maioria Global
não aguenta mais o sistema atual", concluiu.
A entrevista foi divulgada no canal do YouTube da
TV 247, no contexto das expectativas crescentes sobre o encontro em Kazan e o
papel do Brasil na presidência rotativa dos BRICS a partir de 2025. Assista:
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