(Foto: .REUTERS/Max Rossi) |
"A Guerra Fria
nunca acabou para os neoconservadores (neocons) e para a CIA", afirmou ele
247 – Em entrevista
ao canal Judging Freedom no YouTube, o renomado economista e professor Jeffrey
Sachs criticou duramente a agenda neoconservadora dos Estados Unidos, afirmando
que ela está por trás de todos os principais conflitos armados da atualidade,
incluindo as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia. Segundo Sachs, desde o fim
da Guerra Fria, a política externa dos EUA, sob a influência dos
neoconservadores, tem buscado a dominação global a qualquer custo, ignorando as
consequências desastrosas dessas ações para a paz mundial.
Sachs argumenta que essa postura
hegemônica começou a ser consolidada nos anos 1990, após a dissolução da União
Soviética. "A Guerra Fria nunca acabou para os neoconservadores e para a
CIA", afirmou ele. "Nos anos 1990, tivemos a chance de construir um
sistema de cooperação global, mas optamos por uma política de vitória e
dominação. Queríamos expandir a OTAN para as fronteiras da Rússia, e isso
provocou a escalada que vemos hoje."
A agenda neoconservadora, segundo
Sachs, tem se manifestado em diversas frentes, como no apoio dos EUA à expansão
militar e nas ações unilaterais em regiões estratégicas. Ele apontou que o
apoio dos EUA a Israel em suas operações militares é mais um exemplo de como
essa política busca a supremacia global, muitas vezes em detrimento da paz.
Sobre o recente anúncio do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de
uma possível invasão ao Líbano, Sachs foi enfático: "Israel está em guerra
contra Gaza, e agora enfrenta ataques do Hezbollah no norte. O objetivo de
Netanyahu é trazer os Estados Unidos para o conflito, pois Israel não pode
vencer essas guerras sozinho."
Dominação em vez de cooperação
A crítica de Sachs também se estendeu
à guerra na Ucrânia. Ele afirmou que o conflito é uma provocação liderada pelos
EUA, que começou com a expansão da OTAN para o leste, aproximando-se
perigosamente das fronteiras russas. “A Ucrânia é a borda da Rússia, e desde
1992 os EUA têm tentado cercar e isolar a Rússia. Esse conflito foi provocado
pela decisão de expandir a OTAN, e agora temos uma guerra devastadora que
poderia ter sido evitada.”
Sachs criticou o papel de figuras
importantes da política externa americana, como Victoria Nuland, que, segundo
ele, desempenhou um papel central em diversas administrações, tanto democratas
quanto republicanas, na perpetuação dessa política de dominação. "Desde os
anos 1990, Nuland está envolvida em todas as decisões que impulsionaram a
expansão da OTAN e a intervenção nos assuntos internos da Rússia e da
Ucrânia", afirmou Sachs. "Ela representa a continuidade de uma
política que busca subjugar a Rússia, em vez de promover a cooperação."
Sachs também alertou para os riscos
de uma escalada dos conflitos, especialmente no Oriente Médio. "Netanyahu
acredita que, ao envolver os Estados Unidos em uma guerra contra o Irã, ele
pode alcançar o objetivo de criar uma 'Grande Israel'. Mas isso é uma ilusão
perigosa, que pode levar a uma guerra regional de grandes proporções,
envolvendo também aliados como Rússia e China, que fazem parte do BRICS."
Ao comentar sobre o impacto dessas
políticas nos EUA, Sachs foi claro: "A agenda neoconservadora não reflete
a vontade do povo americano, mas sim de um pequeno grupo de elites que domina a
política externa do país. O apoio a Israel, por exemplo, não é algo endossado
pela maioria dos americanos, mas sim uma consequência do poder do lobby
israelense em Washington."
Sobre a guerra na Ucrânia, Sachs foi
ainda mais direto: “A Ucrânia está perdendo a guerra. O número de mortos é
imenso, e ainda assim o governo Zelensky, com o apoio dos EUA e do Reino Unido,
continua a insistir em uma escalada. Essa guerra só vai piorar se continuarmos
nesse caminho.”
"Poderíamos ter paz amanhã"
Em sua visão, a única solução para
esses conflitos é uma mudança radical na postura dos EUA e de seus aliados.
"Se os EUA quisessem, poderíamos ter paz amanhã, tanto no Oriente Médio
quanto na Ucrânia. Mas isso exigiria abandonar a ideia de hegemonia e aceitar
um mundo multipolar, onde o diálogo e o respeito à soberania dos outros países
sejam a base das relações internacionais."
Jeffrey Sachs concluiu a entrevista pedindo
prudência: “Estamos em uma situação extremamente perigosa. Precisamos de
líderes que lutem pela paz, e não pela guerra. Continuar nesse caminho de
provocações e escaladas só nos levará a uma catástrofe global.” Assista:
https://www.youtube.com/watch?v=8HlZX-yMTz8
EM TEMPO: O lamentável é que a população ucraniana fica indefesa e a mercê dos caprichos do extremista de direita Zelensky, cujo mandato já findou, mas utiliza a guerra contra a Rússia para se manter no poder. Algo semelhante faz Netanyahu em Israel. Quanto aos EUA fica difícil uma solução de paz mundial, uma vez os principais candidatos a presidência, Kamala e Trump, são dominados pelos "neocons". A política externa dos EUA é de guerra permanente.
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