Correspondente afirma que Rússia, China e Irã não
permitirão que os "suspeitos de sempre" desestabilizem qualquer um de
seus parceiros
Pepe Escobar e Ebrahim Raisi (Foto: Brasil 247 / Reuters)
247 – Em meio ao choque pela trágica morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi, o analista geopolítico Pepe Escobar afirma que este evento não irá interromper o movimento em direção a um mundo multipolar, liderado por Rússia, China e Irã, em post no seu Telegram.
No domingo à noite, o helicóptero que
transportava Raisi e seu ministro das Relações Exteriores, Hosein Amir
Abdolahian, caiu em terreno montanhoso sob condições climáticas adversas na
província do Azerbaijão Oriental. A equipe de resgate enfrentou dificuldades
devido ao clima frio e ao terreno desafiador, encontrando os destroços apenas
nas primeiras horas da segunda-feira. Todos os ocupantes morreram no acidente.
O líder supremo do Irã, Ayatollah Ali
Khamenei, garantiu que não haverá interrupção nos assuntos de estado,
reforçando a estabilidade governamental apesar da perda do presidente e de seu
ministro das Relações Exteriores. Essa estabilidade é crucial num momento em
que o Irã enfrenta crescente dissidência interna e pressão internacional devido
ao seu programa nuclear e laços militares com a Rússia.
Pepe Escobar, conhecido por suas
análises incisivas sobre geopolítica, destacou a importância do Irã no contexto
global atual. Segundo Escobar, a integração da Eurásia e o avanço em direção a
um mundo multipolar estão sendo conduzidos por três atores principais: Rússia,
China e Irã. Ele afirma que estes três países são vistos como ameaças
existenciais pelos Estados Unidos, mas sua colaboração está mais forte do que
nunca.
Escobar relata que, após o acidente,
o presidente russo Vladimir Putin convidou o embaixador iraniano na Rússia,
Kazem Jalali, para uma reunião de emergência com a elite da Defesa russa.
Estavam presentes figuras chave como o até recentemente ministro da Defesa,
Sergey Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov. Esta reunião
simboliza o forte apoio da Rússia ao Irã, indicando que Moscou está
comprometida em garantir a continuidade e a estabilidade do governo iraniano.
"Estamos mergulhados em uma
guerra híbrida total, beirando o confronto direto em várias partes do
planeta", disse Escobar. Ele enfatiza que Rússia, China e Irã estão
interligados por parcerias estratégicas bilaterais e por sua participação em
organizações como o BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO). Após a
recente reunião entre Putin e Xi Jinping em Pequim, está claro que esses três
países não permitirão que os "suspeitos de sempre" desestabilizem
qualquer um de seus parceiros.
A morte de Raisi, portanto, embora seja um golpe
significativo para o Irã, não representa um obstáculo insuperável para o
movimento em direção a um mundo multipolar. A integração e a cooperação entre
Rússia, China e Irã continuam a se fortalecer, sinalizando uma nova era nas
relações internacionais, onde a hegemonia unipolar está sendo desafiada por uma
aliança robusta e resiliente.
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