O ataque ao consulado iraniano na Síria teria sido uma tentativa de envolver os EUA diretamente, deslocando o foco para o Irã, percebido como uma ameaça pelos estadunidenses
15 de abril de 2024
Benjamin Netanyahu e Joe Biden (Foto:
Reuters/Evelyn Hockstein)
247 - O ataque de Israel
ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, seguido pela resposta do Irã,
desencadeou uma série de movimentos diplomáticos e militares e, na avaliação do
governo brasileiro, segundo Jamil Chade, do UOL, Israel buscava com seu movimento atrair novamente o apoio
dos Estados Unidos.
De acordo com análises circulando
entre a cúpula do governo Lula (PT), o ataque israelense foi interpretado como
uma tentativa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de reafirmar a
importância estratégica de Israel para os Estados Unidos, em um momento em que
Biden adotava uma postura mais crítica em relação às ações israelenses,
especialmente pela ofensiva em Gaza. O endurecimento do discurso de Biden,
aliado à abstenção dos EUA em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU
pedindo um cessar-fogo, foi visto como um sinal claro da distância entre os
dois líderes.
A mudança de tom por parte de Biden
gerou uma pressão adicional sobre Netanyahu, que já enfrentava desafios
internos e externos. Diante desse cenário, a análise interna do governo
israelense indicava a necessidade de "reconvocar" os EUA para garantir
a segurança de Israel e evitar o isolamento de Netanyahu. O ataque ao consulado
iraniano em Damasco foi, portanto, uma tentativa de envolver os Estados Unidos
em um engajamento direto, deslocando o foco da guerra para o Irã, percebido
como uma ameaça pelos americanos. Ao prever uma resposta do Irã, Israel buscava
forçar uma reação dos EUA em defesa de seu aliado.
Embora Biden tenha reafirmado o apoio
dos Estados Unidos a Israel publicamente e tenha colaborado na interceptação
dos mísseis iranianos, os bastidores revelaram uma pressão da Casa Branca para
evitar uma escalada militar. Ficou claro que os EUA não estão dispostos a se
envolver em um conflito direto com o Irã.
Na reunião de emergência do Conselho de Segurança
da ONU, a tensão entre as potências era evidente, mas tanto americanos quanto
iranianos buscaram evitar um confronto direto. O embaixador dos EUA afirmou que
seu país não buscava um conflito, enquanto a delegação iraniana indicou uma
postura moderada ao aceitar a intervenção dos militares americanos sem
interpretar isso como um sinal de guerra iminente.
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