Vladimir Putin (Foto: Reprodução (TCN via Sputnik) |
"Como não considerar os alemães, não, apenas,
medrosos, vassalos, como diz Putin, mas, sobretudo, burros?", escreve
César Fonseca (Jornalista e Colunista do Brasil 247)
Lembranças....
Pelo menos eu tenho uma birra contra a Alemanha
devido a esse negócio do Hitler ter mandado matar milhares de judeus.
Já discuti asperamente com um alemão autoritário,
aqui, em Brasília, porque entrou numa de falar grosso comigo durante uma festa.
Como tinha tomado umas e outras, mandei aquele
brutamontes, em altos brados, tomar naquele lugar etc e tal.
Também, lembro de um alemão brilhante, fabricante
de cerveja, na Antártica, em BH, nos anos 1970, seu Carlos, seu Karl, para o
qual trabalhei e que me considerava meio burro, na tarefa de fazer o que ele
queria, na elaboração de mapas para produção da cerveja que ele fabricava e, cá
prá nós, era muito boa, porque o alemão era, mesmo, competente.
Assim, cheio de lembranças, que deixam a gente grilado e irado com essa raça ariana,
reconheço que admiro esses danados, pessoal exigente, competente, embora
arrogante.
Imagine, o gênio Marx, detalhista na elaboração do
seu O Capital, excessivamente, intolerante, que considerava seu genro, Paul
Lafargue, cubano, autor do genial "Elogio à preguiça", marido de
Laura, gente tropical, dado à pouca disciplina intelectual etc.
Pô, Marx era, afinal, considerado "o
Mouro", moreno, distinto da brancura alemã, e não perdia, nem por isso,
sua propensão ao racismo.
Mas, por que estou dizendo tudo isso?
ESPORRO NA ALEMANHA
Por causa do Putin, em sua entrevista ao
conservador americano Tucker Carlson, que considerou os alemães vassalos dos
americanos.
Aceitaram abaixar as calças para Tio Sam que os
proibiu de continuar importando energia barata da Rússia, vantagem comparativa
que garantia à Alemanha competitividade excepcional, tanto na Europa como em
todo o mundo, para colocar seus produtos industriais de qualidade excepcional
no mercado mundial.
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A partir do momento em que, por pressão de
Washington, não puderam mais importar a energia barata russa, a indústria alemã
perdeu a corrida para os próprios americanos e, principalmente, para os
chineses.
Os sobrinhos de Tio Sam, que não têm escrúpulos de
furar o olho dos outros para lamber o buraco, aproveitaram o fato de Berlim
suspender importações de energia, para vender a eles o produto americano pelo
triplo do preço.
Miterrand, ex-presidente socialista francês, dizia
que os Estados Unidos eram os maiores inimigos da Europa.
Isso se confirma com a sacanagem de Washington
contra Berlim, detonando os gasodutos de Nord Stream, no Báltico.
Em seguida, forçaram os alemães a importar a
caríssima energia americana.
Resultado: os alemães perderam competitividade e
estão no buraco sem fundo da desindustrialização.
Triste.
Putin, ao jornalista yanqui, ironicamente, indaga
por que os alemães aceitaram esse desastre econômico?
Concordaram em não reagir diante do que consideram
pressão irresistível feita pelos interesses anglo-americanos.
Pode?
VERGONHA GERMÂNICA
Onde está a soberania alemã, indaga Putin?
São uns vassalos, conclui o líder russo diante da
posição do governo alemão que se rendeu as pressões de Washington, de jogar
fora as vantagens que obtinham do comércio com a Rússia.
Tremendo tapa na cara de toda a Europa.
Paga, por isso, a decadência alemã, especialmente,
diante da China, contra a qual perdeu condições de competir.
Da mesma forma, a Rússia, para compensar a perda do
mercado alemão de energia russa, foi para a aliança com a China, como
alternativa de sobrevivência, que deixou o ocidente puto.
China-Rússia, agora, está aliada na expansão da
rota da Seda e na nova estratégia geopolítica mundial com dinamização dos
BRICS, como resposta à guerra na Ucrânia por procuração na tentativa fracassada
de Washington e mudar regime político em Moscou.
Multilateralismo detona unilateralismo ocidental
neoliberal.
Como não considerar os alemães, não, apenas,
medrosos, vassalos, como diz Putin, mas, sobretudo, burros?
Alô, alô, seu Karl e sua maravilhosa cerveja
Antártica, fabricada em BH, na Avenida Oiapoque, na Lagoinha, onde trabalhei
contigo: cadê a arrogância alemã, da qual eu tremia de medo, nos meus tempos de
funcionário dessa empresa alemã, na saudosa capital mineira?
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