José Dirceu (Foto: Reprodução/YouTube/TV PT Bahia) |
16 de janeiro de 2024
O ex-ministro ainda
saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticado por alas do
partido: "é quase uma covardia não dar apoio total a ele"
247 - Em uma entrevista recente ao podcast do PT da Bahia, o ex-ministro da Casa Civil no primeiro governo do presidente Lula (PT), José Dirceu, falou sobre a "disputa político-cultural" no Brasil e afirmou que a direita está ganhando espaço nesse cenário. Ele defendeu uma "atualização política, teórica e de organização" no PT, conforme relata o Estado de S. Paulo.
Segundo Dirceu, não
apenas o PL de Jair Bolsonaro, mas também partidos como PP, Republicanos, União
Brasil e PSD estão fortalecendo suas posições, construindo novos diretórios
pelo país. O ex-ministro destacou a importância de uma reflexão profunda no PT,
que está programando um congresso em 2025, para repensar sua estratégia diante
desse panorama. “Se nós analisarmos a situação da direita, não é só parlamentar
e eleitoral, também diretório, territórios e militância, PP, PR, PL, PSD, União
Brasil, eles estão ficando fortes (...) Hoje, o Brasil está muito politizado, e
em disputa político-cultural. E a direita está ganhando". >>> Comissão
Interamericana vai apurar se José Dirceu teve direitos violados pelo STF no
"mensalão"
Durante a
entrevista, Dirceu ecoou autocríticas recentes feitas por Lula sobre a
estrutura do partido. Ele ressaltou que, dada a base eleitoral e social do PT,
o partido poderia ser "10 vezes maior". Dirceu apontou para a
necessidade de uma atuação mais efetiva na disputa político-cultural e nos
territórios, reconhecendo que nos últimos anos o partido recuou diante das
mudanças sociais e culturais, incluindo o avanço do fundamentalismo religioso.
O ex-ministro reforçou as críticas feitas por Lula durante a Conferência
Eleitoral do PT em dezembro de 2023, questionando a eficácia política do
partido, que elegeu apenas 70 deputados.
Dirceu também
criticou a falta de apoio interno às propostas econômicas do ministro da
Fazenda, Fernando Haddad (PT). "Outro papel do partido é sustentar o
governo, apoiar o governo. Quando o governo apresenta uma política, nosso papel
é apoiar. No caso do Haddad, é quase uma covardia não dar apoio total a ele
para aprovar todas as medidas que ele queria. Porque todas as medidas que ele
queria, transforma o déficit zero num mal menor". A posição de José
Dirceu contraria a postura de uma ala do
PT, que inclui a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann. Neste ano,
por exemplo, Gleisi sustentou que criticar as
decisões do ministro da Fazenda é “um dever” e faz parte da
tradição do partido.
Dirceu também apontou para a necessidade de reconstrução do partido, afirmando que o PT pode ampliar seu número de vereadores em 2024, aproveitando a popularidade de Lula em diversos municípios brasileiros. “Acho que podemos ampliar muito o número de vereadores. Lula tem 60% de voto em mais de 2 mil municípios brasileiros.
Tem
que eleger vereador nesses municípios, nem que seja um, dois. Temos que
disputar onde temos chances de vencer em cidades médias e grandes. E temos que
nos apoiar nos aliados em que podem vencer. Nosso governo não é só do PT".
Ele enfatizou a importância de parcerias políticas, mencionando MDB e PSD como
relevantes aliados do novo governo Lula, apesar das diferenças em questões
econômicas. "Sempre digo: o PSD, o MDB e o PT (juntos) são 160 deputados e
quase 40 senadores. Isso não quer dizer que vamos ter unidade em questões
econômicas".
EM TEMPO: Sugiro aos analistas políticos que considerem que a maioria da população brasileira é conservadora. Oscila apenas na intensidade. O PT marca touca, especialmente em Garanhuns e PE ao dar cobertura exagerada ao PSB. Basta considerar o que o João Campos fez contra o PT e Marília na Eleição de 2020 e o que o prefeito de Garanhuns faz contra o vice-prefeito Pedro Veloso. Ok, Moçada!
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