VIVA O PRIMEIRO DE MAIO! DIA
INTERNACIONAL DE LUTA DA CLASSE TRABALHADORA
Comissão Política
Nacional do PCB
O Partido Comunista
Brasileiro (PCB) se associa a todos(as) os(as) trabalhadores(as) do mundo neste
Primeiro de Maio, um dia de luta que nos remete às batalhas da classe
trabalhadora mundial contra a exploração do trabalho pelo capital ao longo da
História. É necessário fazermos dessa data um dia de enfrentamento contra a
barbárie capitalista, para atuarmos com firmeza no quadro em que nos situamos hoje
no Brasil.
Não podemos esquecer
que o Primeiro de Maio é uma homenagem aos lutadores e lutadoras que foram
presos e condenados à morte após participarem de uma manifestação em defesa da
jornada de oito horas, num sábado, no primeiro dia de maio de 1886, nos Estados
Unidos. Naquela data, milhares de trabalhadores e trabalhadoras haviam ido às
ruas lutar pela redução das jornadas de trabalho, sem redução de salários.
As jornadas chegavam,
na época, a 16 horas por dia nos EUA. Por isso a palavra de ordem “Um dia de
oito horas sem corte no pagamento” foi a senha para grandes manifestações, que
desembocaram numa greve geral.
A luta por jornadas
de trabalho de até oito horas, por salários e remunerações dignas, condições de
trabalho adequadas, garantia de oferta de empregos e de seguridade social
sempre estiveram presentes nas lutas dos sindicatos e organizações de
trabalhadores, no enfrentamento ao capital, ao patronato que detém os meios de
produção, as fábricas e as empresas e que vivem da exploração do trabalho,
apropriando-se da maior parte da riqueza produzida pelos trabalhadores, que é a
base de funcionamento do sistema capitalista.
Por um Primeiro de
Maio Vermelho!
Neste Primeiro de
Maio, mais uma vez defendemos a unidade e organização dos/as trabalhadores/as e
a luta por uma nova sociedade, sem miséria, sem fome, sem desemprego, sem
crianças e idosos abandonados, sem pessoas obrigadas a morar na rua em virtude
da situação de pobreza.
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Uma sociedade em que
todos tenham emprego, salários e aposentadorias dignas, saúde e educação
públicas e gratuitas, enfim, uma sociedade sem explorados nem exploradores, uma
sociedade da abundância e da felicidade humana, a sociedade socialista.
Repudiamos mais uma
vez a decisão das centrais sindicais, que resolveram transformar as atividades
do Dia Internacional dos Trabalhadores em palco para os inimigos de classe,
convidando-os para as manifestações, pois foi a conciliação de classes que
pavimentou o caminho para as derrotas do último período. A reorganização da
classe trabalhadora exige a superação dessa política subserviente e desastrosa.
Não se pode combater
o neofascismo bolsonarista e o capitalismo se aliando aos governos e patrões
que mantêm seus pilares. O PCB não apenas não participará de atos com
representantes políticos da burguesia, como irá denunciar junto à classe
trabalhadora a capitulação das entidades sindicais que dizem representá-la
desta forma.
Também aproveitamos a
data para saudar as trabalhadoras e os trabalhadores que lutaram e ainda lutam
para sobreviver e combater a pandemia de COVID-19 que já ceifou a vida de mais
de 7 milhões de pessoas em todo o mundo e os que lutam para sobreviver e
combater outras tantas doenças que já foram erradicadas em muitos países, mas
que ainda matam e deixam sequelas nos países da periferia do sistema
capitalista.
Saudamos aquelas e
aqueles que lutam contra as condições de trabalho análogas à escravidão, as
condições penosas e insalubres do trabalho assalariado, os que lutam para
sobreviver à miséria, à fome, os que lutam por uma habitação digna, por
saneamento básico, por um pedaço de terra para cultivar, saudamos os que lutam
contra o racismo, o machismo e a lgbtfobia, aos povos que lutam contra as
distintas agressões imperialistas, principalmente nos países socialistas, que
enfrentam severos bloqueios econômicos e diversas outras formas de ação
contrarrevolucionária.
Também ressaltamos a
importância da combatividade dos que lutam pela superação do modo de produção
capitalista, pois a intensificação da exploração e da opressão fortaleceram a
difusão e o enraizamento do neoliberalismo, do neofascismo e do neonazismo, que
construíram e reconstruíram partidos e movimentos e estão de forma crescente
instalando-se em governos, sindicatos, nas forças armadas, nas igrejas e em diversos
outros aparelhos ideológicos e já contam com significativo apoio de parte dos
setores populares. Tal situação vem fomentando guerras imperialistas, ampliando
o desemprego, o trabalho sem registro, o trabalho infantil e a retirada de
direitos e garantias de todo tipo.
Parte deste problema
se explica pela capitulação de instrumentos sindicais e partidários em todo o
mundo, que cederam espaço à burguesia, refutaram a necessidade da superação do
capitalismo e desarmaram a classe trabalhadora subjetivamente, reforçando os
efeitos nocivos da chamada reestruturação produtiva. Esta realidade nos
demonstra que será mais do que necessário fortalecer um sindicalismo classista,
que possa combater a burguesia, a conciliação e o esquerdismo, doença infantil
do comunismo, em escala mundial.
No Brasil, não faltam
motivos para fomentarmos encontros, debates e processos de mobilização com os
trabalhadores e as trabalhadoras, que a cada dia sofrem mais por viverem em um
país com altos índices de inflação, principalmente derivada do preço dos
alimentos da cesta básica, com a maioria esmagadora de governos estaduais e
municipais reacionários, com a fome e a miséria ainda mantidas em patamares
absurdos, com uma fila de desempregados com mais de 12 milhões, incluindo os
desalentados e com mais de 38 milhões trabalhando sem registro, com um déficit
de moradias e de saneamento básico gigantesco.
Infelizmente os anos
de Bolsonaro, Temer, o golpe de 2016 contra Dilma e os anos de conciliação dos
governos do PT não foram suficientes para que alguns partidos enraizados no
movimento sindical e popular e as centrais sindicais brasileiras pudessem
compreender que a classe trabalhadora deve ser autora de seus projetos
imediatos e históricos com independência.
Na pauta de
reivindicações deste Primeiro de Maio, as centrais sindicais sequer utilizaram
a palavra revogação quando se referiam às recentes contrarreformas trabalhistas
e previdenciárias, justamente para não ir além das exigências dos acordos do
atual governo com a burguesia.
Para reverter esta
conjuntura e construir a contraofensiva da classe trabalhadora no Brasil e no
mundo, devemos manter e ampliar as ações de solidariedade com os setores mais
atingidos pela carestia, pela fome e pela miséria, fortalecer o debate
programático com os setores organizados e com o conjunto da classe trabalhadora
e construir mobilizações nas categorias que estão sendo frontalmente atacadas.
É preciso mobilizar
trabalhadores e trabalhadoras, sindicatos, movimentos populares e a juventude
nos locais de trabalho, moradia e estudo, nos pontos de ônibus, barcas, metrôs
e trens, para construirmos e enraizarmos junto aos diversos setores da classe
trabalhadora a urgência das lutas.
Devemos ainda
promover seminários, debates, encontros nacionais e regionais, panfletagens,
manifestações, ocupações no campo e na cidade e greves, além de construir
frentes e fóruns de mobilização de âmbito regional, nacional e internacional.
O estudo científico
sobre a realidade brasileira e a produção de um programa revolucionário impulsionado
por uma frente anticapitalista e anti-imperialista serão fundamentais para a
construção desta contraofensiva, pois as condições objetivas para superar o
capitalismo no Brasil estão dadas, e o papel estratégico de nosso país nos faz
crer que a revolução brasileira será decisiva para a emancipação da classe
trabalhadora em todo o mundo.
A derrota de
Bolsonaro nos informa que conseguimos dar alguns passos significativos; por
outro lado, caso não haja uma pujante ação organizada da classe trabalhadora
desde já, corremos um sério risco de amargar novos retrocessos. É fundamental
combater o apassivamento e a fragmentação das lutas sindicais, populares e
estudantis nos locais de trabalho, estudo e moradia, e fomentar a necessária
retomada das lutas nas ruas.
Não há como combater
a sofisticada dominação burguesa a que estamos submetidos sem que ampliemos
significativamente nossa capacidade de comunicação com toda a sociedade e,
principalmente, com os trabalhadores e as trabalhadoras. O programa da classe, em
qualquer conjuntura, deve estar muito bem construído, em termos táticos e
estratégicos, e deve ser amplamente difundido.
A presença dos
instrumentos da classe trabalhadora nas lutas pelas diversas demandas imediatas
é fundamental para que tornemos o programa relevante e compreensível. Não há
como combater o neofascismo e enraizar as lutas anticapitalistas,
anti-imperialistas, a construção do poder popular e do socialismo se não formos
às ruas, aos locais de trabalho, moradia e estudo com disposição para ouvir.
Por outro lado, não devemos somente ouvir, temos que estar preparados e
dispostos a apontar caminhos e a denunciar problemas e suas origens que, na
maioria das vezes, não são percebidos pelos trabalhadores.
Sendo assim, para
contribuir com o debate e para, principalmente, impulsionar as lutas, apontamos
algumas das principais bandeiras que precisam fazer parte de um programa
emergencial:
– Lutar para que
Bolsonaro e todos os seus cúmplices sejam julgados e punidos exemplarmente, e
para também colocar na cadeia os empresários golpistas e os militares que
torturaram e assassinaram durante os 21 anos do golpe de 1964, para que seja
feita uma verdadeira justiça de transição que implemente no mínimo as
recomendações do relatório final da Comissão Nacional da Verdade;
– Lutar para superar
o projeto de destruição intensificado no país desde o golpe de 2016, a partir
da compreensão de que as saídas apresentadas pelo mercado ampliaram a
desigualdade social e fomentaram o desemprego, a fome e a miséria em larga
escala;
– Lutar pela
ampliação dos investimentos em educação e saúde pública, por políticas de
transferência imediata de renda, por reajuste, valorização e desoneração dos
salários;
– Lutar por
regulamentação e financiamento, por meio do Governo Federal, de estados e
municípios, para que se efetive o pagamento dos pisos salariais do magistério,
dos demais trabalhadores da educação, da enfermagem e dos demais trabalhadores
da saúde, de modo que possamos consolidar padrões de qualidade nos serviços
públicos estatais e combater as diferentes formas de sucateamento, privatização
e terceirização;
– Lutar pela
revogação da contrarreforma do ensino médio;
– Lutar pela
revogação da Lei da terceirização irrestrita;
– Lutar pela
revogação das contrarreformas trabalhista e previdenciária, do teto dos gastos,
da política de preços dos combustíveis da Petrobrás pautada na PPI (Paridade de
Preços Internacionais), pela reestatização da Eletrobrás e das refinarias de
petróleo;
– Lutar pela
revogação da autonomia do Banco Central, denunciar a atual política de juros
altos e para que não avance nenhum dos projetos de privatização de empresas
estratégicas em curso;
– Lutar para que os
trabalhadores ativos e aposentados não paguem impostos sobre salários e
proventos, e que os valores desonerados dos trabalhadores sejam imediatamente
pagos pelos patrões, a partir de suas taxas de lucro, dividendos, heranças e
grandes fortunas;
– Lutar para
construir uma Lei de responsabilidade social que tenha como princípios
fundamentais a irredutibilidade, a valorização e a desoneração dos salários e
proventos de aposentadorias, com base nos valores do “salário mínimo
necessário” estabelecido pelo Dieese;
– Lutar pela redução
da carga horária de trabalho para 30 horas, sem redução de salários;
– Lutar para
articular as lutas contra todas as opressões e as lutas ambientais com um
projeto anticapitalista, anti-imperialista e internacionalista;
Além destas lutas
emergenciais, reafirmamos nossa disposição para construirmos e debatermos estas
e outras bandeiras em um grande Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, com a
participação de todos os sindicatos de trabalhadores do Brasil, dos partidos
políticos ligados aos interesses da classe trabalhadora, dos movimentos
populares e dos estudantes, com a maior brevidade possível e como fórum
indispensável para o processo de reorganização da classe trabalhadora.
Também reafirmamos
nosso compromisso com a construção da Federação Sindical Mundial, da Frente
Povo Sem Medo, com o Fórum Sindical, Popular e de Juventude, por Direitos e
Liberdades Democráticas, por compreendermos o papel tático e o potencial
estratégico destes instrumentos de luta na construção da contraofensiva dos
trabalhadores no Brasil e no mundo.
VIVA O PRIMEIRO DE
MAIO!
TRABALHADORES DE TODO
O MUNDO, UNI-VOS!
VAMOS CONSTRUIR O
PODER POPULAR E O SOCIALISMO!
É FORÇA E AÇÃO, AQUI
É O PARTIDÃO!
EM TEMPO: A Nota do Partidão é muito interessante e levanta uma discussão que deve alimentar o nosso aprendizado. Porém, convém lembrar que o momento é de somar, acumular forças e defender as Liberdades Democráticas e lutar contra o Fascismo. Não se esquecendo que a maioria da população brasileira não é de esquerda. Ok, Moçada!.
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