Luís Nassif e integrantes da Lava Jato com profissionais da imprensa (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução)
18 de maio de 2023
A reprodução de diálogos da Vazajato, com procuradores ironizando a morte de dona Mariza e do próprio neto de Lula é a exposição nua da banalidade do mal, avalia o jornalista
247 - O jornalista
Luís Nassif, editor do Jornal GGN, classificou a cobertura acrítica e parcial
da mídia corporativa brasileira sobre a operação Lava Jato como o episódio mais
"degradante" da história da imprensa brasileira.
Em artigo publicado nesta quinta-feira (18), Nassif lembrou
que jornalistas de veículos da mídia corporativa submetiam reportagens antes da
publicação para avaliação do então coordenador da força-tarefa da Lava Jato no
Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, enquanto outros publicavam
entrevistas nas quais o próprio Dallagnol incluía as perguntas.
"A Lava Jato
não caiu apenas devido à Vazajto, mas ao ato do Procurador Geral da República
Rodrigo Janot, atingindo o então presidente Michel Temer – interrompendo todos
os negócios que estavam sendo entregues por Temer ao mercado", escreveu
Nassif.
Segundo Luís
Nassif, é terrível o processo de desumanização do “inimigo”. "Não
respeitam morte de parentes, atribui-se qualquer demonstração de humanidade (a
dor pela perda) a jogos de cena. É possível que em outros ambientes houvesse
demonstrações tão horripilantes de desumanidade e que não foram registradas
para a história. Mas a Vazajato fará com que cada personagem dos diálogos
abaixo levem para o túmulo a vergonha de um dia terem se comportado dessa
maneira. Serão malditos para sempre, a vergonha recobrirá todos seus
descendentes, filhos e netos e jamais seus atos serão escondidos pela
história", afirmou o jornalista.
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