Recepção ao presidente Lula no Palácio do Povo, em Pequim. Foto: Ricardo Stuckert/PR© Fornecido por Estadão |
ESTADÃO - História por Altamiro Silva Junior
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM - Lula e o
presidente da China, Xi Jinping, assinaram
15 acordos bilaterais, nesta sexta-feira, 14. Entre os acordos está a
criação de mecanismos para a facilitação do comércio entre os dois países,
assim como para o desenvolvimento da pesquisa e da inovação. Há acordos
envolvendo coprodução para televisão e cooperação entre agências de notícias
públicas dos dois países. Há ainda acordos para certificações sanitárias e para
a entrada de produtos animais. Os detalhes dos acordos serão divulgados
posteriormente.
Durante o encontro é possível que ambos os presidentes tenham discutido a situação da guerra da Ucrânia - o Brasil tenta despontar, no cenário internacional, como uma nação que poderia ajudar a mediar uma solução entre Ucrânia e China.
Chegada ao Palácio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
a primeira-dama Janja Lula da Silva chegaram ao Grande Palácio do Povo em
Pequim e receberam as boas-vindas do presidente chinês Xi Jinping. A recepção, a primeira
parte do encontro entre os presidentes, aconteceu a céu aberto, na praça em
frente ao palácio, ao lado da Praça da Paz Celestial na tarde desta
sexta-feira, 14, na China.
Mais cedo
Mais cedo, o presidente se encontrou
com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, o legislativo do país
asiático, Zhao Leji, e defendeu a ampliação do fluxo de comércio entre os
países, um maior equilíbrio da geopolítica mundial e a elevação do patamar da
parceria entre Brasil e China. “Queremos elevar o patamar da parceria
estratégica entre nossos países, ampliar fluxos de comércio e, junto com a
China, equilibrar a geopolítica mundial”, afirmou. A reunião aconteceu no
Grande Palácio do Povo, a sede do governo chinês, em Pequim.
A delegação brasileira, que chegou em
Xangai na noite da quarta-feira, 12, é a primeira a visitar a China após a
escolha da nova composição dos principais cargos do governo chinês, ocorrida
nas sessões gêmeas da Assembleia Nacional Popular e da Conferência Consultiva
Política do Povo Chinês, no começo de março.
Dólar
A reunião com Xi Jinping ocorre no
segundo dia da visita oficial de Lula à China. Na quinta-feira, 13, o
presidente participou da cerimônia de posse de Dilma Rousseff no
Novo Banco de Desenvolvimento. Na ocasião, ele criticou o uso exclusivo do
dólar como moeda para lastrear negócios internacionais. “Por que não podemos
fazer nosso comércio lastreado na nossa moeda? Por que não temos o compromisso
de inovar? Quem é que decidiu que era o dólar a moeda?”, o petista questionou.
A declaração repercutiu e especialistas ouvidos pelo Estadão disseram que há obstáculos para superar o monopólio americano. Tanto a moeda brasileira quanto a chinesa estão longe de conquistarem sustentação internacional, como defendeu o presidente. “Fica complicado para parceiros aceitarem a moeda da China. Não é um candidato efetivo para ocupar o lugar do dólar”, disse José Júlio Senna, chefe do centro de estudos monetários do FGV Ibre e ex-diretor do Banco Central.Ivan Lins
A recepção de Lula pelo presidente da
China teve a banda do exército chinês tocando o Hino Nacional do Brasil e até a
música “Novo Tempo”, famosa na voz do cantor Ivan Lins nos anos 1980. Lula e a
primeira-dama Janja Lula da Silva foram recebidos por Xi Jinping e sua esposa
Peng Lyuan e passaram em revista às tropas. A cerimônia durou cerca de 15
minutos.
Assista o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=r3v6d0YI6t8&t=950s
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