News 360 - História por Pedro Santos
Arquivo - Ex-Secretário de Estado dos EUA Henry
Kissinger - Christoph Soeder/dpa© Fornecido por News 360
As autoridades ucranianas criticaram
as recentes declarações do antigo Secretário de Estado norte-americano Henry
Kissinger defendendo a integração das "mudanças estratégicas"
causadas pela guerra a fim de "alcançar a paz através de negociações",
as quais levaram Kiev a afirmar que "mesmo após dez meses de guerra, não
compreendeu nada".
O conselheiro presidencial ucraniano
Mikhail Podoliak disse que Kissinger 'não compreendeu a natureza desta guerra e
o seu impacto na ordem mundial' e disse que o antigo Secretário de Estado
'propõe uma receita simples, mesmo que tenha medo de a dizer em voz alta':
'apazigua o agressor sacrificando parte do território da Ucrânia com garantias
de não agressão contra outros Estados da Europa de Leste'.
"Kissinger não compreende que se
se tornar claro para todos os potenciais escumalha que não há adultos em casa,
ou seja, que o direito internacional não funciona, isso significa que a
segurança dos países não nucleares só pode ser garantida pela presença de armas
nucleares, e não tenho a certeza se ele gostaria do curso dos
acontecimentos", argumentou ele.
A este respeito, salientou que
"todos aqueles que apoiam 'soluções simples' devem lembrar-se do óbvio:
qualquer acordo com o diabo, uma paz má à custa dos territórios ucranianos,
será uma vitória para (o Presidente russo Vladimir) Putin e uma receita de
sucesso para os autocratas de todo o mundo".
"Só irá aumentar o apetite da
Rússia, aumentar significativamente a sua agressividade, multiplicar novos
conflitos no mundo, transformar mísseis num instrumento de relações
internacionais e conduzir a uma era de instabilidade numa nova busca atómica
por Estados não nucleares", explicou ele.
Podoliak salientou numa mensagem na
sua conta Telegrama que "a única forma possível de acabar com a guerra e
alcançar a paz é através de um regresso ao respeito pelo direito
internacional", que inclui "a libertação dos territórios ucranianos,
um julgamento dos criminosos de guerra russos e a Rússia a pagar reparações
durante muitos anos".
"Felizmente, isto está a ser
compreendido por cada vez mais pessoas nas capitais ocidentais de ambos os
lados do oceano. Ouvimo-lo do (Secretário-Geral da OTAN Jens) Stoltenberg e do
(Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança Comum Josep)
Borrell, do (Presidente alemão Frank-Walter) Steinmeier) e do (Secretário de
Estado norte-americano Antony) Blinken", disse ele.
"Isto significa uma coisa: o
tempo dos 'sovietologistas' e daqueles que gostam de sacrificar uma parte da
Europa em qualquer situação incompreensível terminou com a queda do Muro de
Berlim. É tempo de uma liderança responsável", reiterou o conselheiro da
Presidência ucraniana.
Kissinger indicou numa coluna
publicada a 17 de Dezembro em "The Spectator" que "manifestou
repetidamente apoio ao esforço militar aliado para impedir a agressão russa
contra a Ucrânia", embora tenha sublinhado que "o objectivo do
processo de paz deve ser duplo: confirmar a liberdade da Ucrânia e definir uma
nova estrutura internacional, especialmente para a Europa Central e
Oriental".
Salientou que se a definição de
fronteiras "não puder ser alcançada através de combate ou negociações, o
princípio da autodeterminação poderia ser exportado" através de
"referendos supervisionados internacionalmente para a autodeterminação de
territórios particularmente divisivos que mudaram de mãos repetidamente ao
longo dos séculos".
Kissinger discordou ainda de
"tornar a Rússia impotente devido à guerra" e declarou que "por
toda a sua propensão para a violência, a Rússia deu contribuições decisivas
para o equilíbrio global do poder durante meio milénio". "O seu papel
histórico não deve ser desclassificado. Os recuos militares da Rússia não
eliminaram o seu alcance nuclear, o que poderia ameaçar uma escalada na
Ucrânia", concluiu.
Fonte: (EUROPA PRESS)
EM TEMPO: As pessoas precisam se politizarem, isto é, no mundo inteiro. Não é possível terem eleito Bozo no Brasil e Zelensky na Ucrânia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário