O Partido Comunista Brasileiro (PCB) saúda a vitória eleitoral do candidato Luiz Inácio Lula da Silva às eleições presidenciais e seu significado histórico em um contexto de maiores retrocessos e ameaças sociais e políticas que estariam representadas em uma possível reeleição de Jair Bolsonaro e seu projeto neofascista.
Essa
vitória resulta da postura de um amplo leque de forças políticas que
compreendeu a importância de cerrar fileiras nesse segundo turno contra o
avanço da ultradireita e a real possibilidade de extermínio das liberdades
democráticas e ampliação da barbárie social que reforça o discurso de ódio, a
xenofobia, os preconceitos e as ações políticas reacionárias de todo tipo.
Saudamos toda a nossa
militância do PCB e dos nossos coletivos partidários, que, desde as primeiras
horas após o resultado oficial do 1º turno, se engajou de forma combativa na
campanha Lula Presidente, participando dos Comitês locais, agitando as redes
sociais, indo às ruas em diversas atividades de campanha, afirmando nosso
compromisso de luta contra o avanço das forças neofascistas.
Por sua vez, o bolsonarismo, como expressão máxima das forças de ultradireita no Brasil, não está derrotado politicamente. Mesmo tendo sido derrotado nas eleições presidenciais, o bolsonarismo conseguiu ampliar sua presença no Congresso Nacional, elegeu diversos governadores de Estado e se mantém articulado e presente na sociedade.
Nesse instante, passadas cerca de 48 horas do resultado
oficial das eleições, hordas bolsonaristas, articuladas por empresários do
transporte e setores da burguesia em diversas regiões do país, estão promovendo
ações via caminhoneiros, para obstrução das rodovias de modo a causar
transtornos diversos e inclusive afetar a economia em várias regiões, com a
única perspectiva de criar o caos político e não reconhecer o resultado das
eleições, pretexto para tentar desencadear uma ação golpista e manter Bolsonaro
no poder.
Esta ação golpista conta com a cumplicidade de muitas autoridades locais, sobretudo das forças de segurança, tais como a PRF que, no dia da eleição, promoveu uma série de interdições rodoviárias, a pretexto de fiscalização em regiões onde a candidatura Lula teria mais chances de votação, evidenciando uma clara tentativa de obstruir o processo eleitoral nesses locais – mais um crime eleitoral bolsonarista e um verdadeiro atentado à democracia.
As ameaças
golpistas se manifestaram desde antes do período da pré-campanha, com
declarações infundadas sobre as urnas eletrônicas, se intensificaram no período
da campanha e agora se desdobram nas estradas e em manifestações nas frentes de
quartéis das forças armadas, defendendo uma intervenção militar contra as
próprias instituições burguesas.
O PCB entende que
passamos por um momento de extrema gravidade e o silêncio do atual presidente
em não reconhecer o resultado oficial das urnas é a senha para que esses grupos
golpistas da extrema direita continuem atentando contra as liberdades
democráticas com a cumplicidade escancarada de alguns governadores e
principalmente da PRF, em cumplicidade criminosa com os golpistas
bolsonaristas. Estamos diante de uma decisiva etapa na luta de classes no
Brasil, que deverá se prolongar nos próximos meses.
É fundamental
articular uma rede nacional em defesa do respeito ao resultado eleitoral, à
vontade popular vinda das urnas e a defesa da posse de Lula em janeiro de 2023.
Os movimentos sociais que se organizaram em torno da campanha nacional Fora
Bolsonaro, as frentes sociais e organizações populares e democráticas devem
urgentemente retomar as articulações para barrar nas ruas o intento golpista em
curso, mantendo a classe trabalhadora organizada e em prontidão para combater
as ações golpistas.
Esse grau de
mobilização e combatividade será fundamental não apenas para barrar a ameaça de
golpe em curso, mas sobretudo para preparar a classe trabalhadora para o
combate aos ataques do capital, cuja agenda de destruição de direitos,
privatizações e aprofundamento das contrarreformas, a exemplo da chamada
reforma administrativa, que pretende desmantelar os serviços públicos e
garantias dos servidores e das servidoras, segue em tramitação no Congresso
Nacional. É preciso seguir organizando a luta pela revogação das medidas
prejudiciais à classe trabalhadora, ao povo pobre e à juventude, como as reformas
trabalhista, previdenciária, do ensino médio e a lei de teto de gastos.
O PCB conclama o
conjunto das forças populares e democráticas a, de forma organizada, promover
manifestações populares contra o golpismo em curso, resistindo e derrotando nas
ruas o neofascismo e seus aliados e orienta sua militância a se manter de
prontidão para qualquer eventualidade da conjuntura.
FORA GOLPISTAS!
PRISÃO PARA O CLÃ BOLSONARO E SEUS CÚMPLICES MILITARES E EMPRESARIAIS!
EM DEFESA DAS
LIBERDADES DEMOCRÁTICAS! RESPEITO AO RESULTADO ELEITORAL E GARANTIA À POSSE DE
LULA!
SEGUIR ORGANIZANDO A
LUTA CONTRA OS ATAQUES DO CAPITAL AOS DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA!
PELO PODER POPULAR E
O SOCIALISMO!
Brasil, 01 de
novembro de 2022.
Comitê Central do PCB
PAULO CAMELO: Convém lembrar que o golpe militar que ocorreu no Chile, na década de 1970, matando o ex-presidente Salvador Allende, iniciou-se com uma greve dos caminhoneiros, a qual paralisou a economia daquela país. Lembrando, também, que a greve dos caminhoneiros ocorrida, no Brasil, isto é, no primeiro semestre de 2018, no governo Temer, foi liderada, nos bastidores, por Bozo.
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