(Foto: Reprodução/Youtube) |
O vídeo do canal Normose viralizou nesta quinta-feira (20) e se debruça sobre o fenômeno do bolsonarismo
20 de outubro de
2022
Rede
Brasil Atual - “Como
é possível alguém ainda apoiar o Bolsonaro? Como é possível tanta gente apoiar
Bolsonaro? Como ainda acreditam nisso?” Essas questões são o alvo de uma
análise do canal Normose, do YouTube, criado pelo roteirista, professor e
produtor cultural Rodrigo Kenji.
O vídeo que
viralizou nesta quinta-feira (20) nas redes sociais se debruça sobre o fenômeno
do bolsonarismo; em especial, como ele se sustenta mesmo com escândalos de
corrupção no governo, descontrole orçamentário, crise econômica, corte de
verbas em saúde, educação e ciência, descaso com a covid-19 e seus 700 mil
mortos, devastação histórica na Amazônia, abuso inétido da máquina pública para
tentar a reeleição, o uso sistemático de mentiras das mais absurdas em sua
campanha, entre outras.
“Você deve ter encontrado gente que não sabia de coisas óbvias desse governo. Tipo que ele confessou corrupção, já teve membro do governo preso, o escândalo do ‘bolsolão’ tem potencial para ser o maior caso de corrupção da história do planeta. E tem gente que não sabe das piores falas dele durante a pandemia”, continua o Normose. A questão central da análise é compreender que sim, “existem pessoas perversas” que sabem destes fatos e continuam o apoiando. Contudo, muitas “recebem um outro Bolsonaro”.
A ideia é entender
essas pessoas para tentar minimizar o radicalismo entranhado pela máquina de
desinformação e ódio bolsonarista. A chave, de acordo com Kenji, é entender que
“existem muitos Bolsonaros”. “Existe Bolsonaro feito especificamente para
cristãos; outro para gamers, outro para pais e mães de família e outro feito só
para você. É assim que a extrema direita funciona: por capilaridade e multi
discursos”, explica.
Espelho fascista
Para entender o
fenômeno do bolsonarismo, o canal desta fatos ligados à Segunda Guerra Mundial.
“Muitos teóricos gastaram anos para entender como (…) um autoritário move uma
nação inteira prometendo esperança, mesmo promovendo o caos. Mesmo assim,
conseguindo apoio de diferentes setores”. Entre estes teóricos, um expoente da
chamada Escola de Frankfurt, Theodor Adorno, encontrou duas características
centrais.
A primeira é que o
discurso do líder autoritário é personalizado. Ele não fala ao povo. Ele fala
com o indivíduo. “O líder fala apenas a seu povo. Grande parte do tempo, isso
serve apenas para continuar fanatizando sua base. Para isso é comum se colocar
como um homem comum e simples e, ao mesmo tempo, um gigante contra o sistema;
um lobo solitário. Tem superioridade e é ‘o escolhido’, ao mesmo tempo que
transparece não saber sobre nada”, explica Kenji. Trata-se de uma estratégia de
coesão para seu público radical.
A segunda é de que
este líder prega que “está continuamente em uma batalha contra uma força
imaginária. Por isso ele é perseguido por todos, o que exige sacrifício de seu
povo. É uma revolução às avessas. Os guiados acreditam que estão lutando contra
uma ameaça imaginária, porque são abastecidos disso a todo momento. Discursos contra
o sistema foram importantes em 2018 para distanciá-lo da política e criar uma
imagem de líder que ‘quase morreu pelo povo'”.
Soma-se a isso uma
estratégia nova, a de lidar com as redes sociais. É o que teóricos chamam de
“partido do algoritmo”. A partir da coleta de dados do eleitorado, a extrema
direita pauta seu discurso. Não importa a ideologia e os métodos originários.
Para onde a opinião pública vai, um discurso novo é criado para atender.
Bolsonaro, por exemplo, chamava programas assistenciais como o Bolsa Família de
“esmola”, “compra de votos”, entre outros. Agora, ele dilapida os cofres
públicos e defende a distribuição irresponsável de recursos.
Hora do ataque
Bolsonaro, ainda
que como força consolidada no país, está em posição de alguma fragilidade após
sucessivos escândalos. “Eles estão em paranoia, isolados. Ele não funciona sob
pressão. Só sabe atacar. Pressionado, não sabe lidar. Ele está nervoso. É
preciso mostrar a máscara caindo, o desespero chegando”, destaca Kenji.
O vídeo lembra que o
bolsonarismo não vai acabar nessas eleições. Contudo “sem afastar essa marca de
desinformação do poder do Estado, vai ficar impossível. Então, no curtíssimo
prazo, é preciso se dividir em muitos. Não basta só criar memes, ir para as
ruas. Não basta dialogar. É preciso fazer tudo, se dividindo por grupos. É
preciso (atuar em) muitas frentes e diferentes narrativas. Entender qual
Bolsonaro a pessoa recebeu. Porque o verdadeiro continua desviando verba da
Saúde, da Educação, comprando o centrão. Esquece os fanáticos. Foque nos
indecisos”.
Assista na íntegra:
https://www.youtube.com/watch?v=FlBfTm0ys_g
EM TEMPO: Na sociedade capitalista/burguesa a população é dominada pela ideologia das classes dominantes do país. Consequentemente teremos uma parcela da população que ao absorver a ideologia das classes dominantes, torna-se refém e conservadora. O Brasil é um país onde a maioria da população é conservadora, alguns de extrema-direita. Daí, concluirmos que à Direita é forte em todo lugar do mundo. Sendo assim, não é fácil derrotar à Direita e nem tão pouco o governo Bozo, independente de suas mazelas.
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