Miriam Leitão, Bolsonaro e bolsonarista (Foto: Reprodução/TV Globo | REUTERS/Ueslei Marcelino | Reprodução/Youtube) |
"Bolsonaro
convoca seus seguidores a permanecerem nas seções eleitorais após votar. Isso é
intimidação do eleitor e pode caracterizar cerceamento do voto", afirma a
jornalista
13 de outubro de
2022
247 - A jornalista Míriam Leitão afirma, em sua coluna no jornal O Globo, que após as Forças Armadas não divulgarem o resultado da auditoria feita nas urnas eletrônicas, “Jair Bolsonaro convoca seus seguidores a permanecerem nas seções eleitorais após votar. Isso é intimidação do eleitor e pode caracterizar cerceamento do voto. Isso tudo numa semana em que o presidente, o vice-presidente e o líder do governo na Câmara ameaçam interferir no Supremo, com aumento do número de ministros, após as eleições”.
“As ameaças
institucionais continuam diariamente”, ressalta. “O relatório está pronto e não
mostra qualquer problema com as urnas eletrônicas. Mas o presidente da
República determinou que não fosse divulgado. O TCU está em cima, felizmente. É
vergonhoso, e essa palavra ouvi de alta autoridade brasileira, que as Forças
Armadas se deixem usar dessa maneira para atender aos propósitos eleitorais de
um candidato",avalia. Para a jornalista, as Forças Armadas "ficarem
submissas e subservientes a ele só aumentou o nível da vergonha e a dimensão da
perda de credibilidade”.
No texto, Míriam Leitão relembra que “a ameaça de mudar o número de ministros do Supremo foi feita pelo presidente em entrevista à ‘Veja’, depois repetida por ele em falas sequenciais”. “Bolsonaro mentiu quando disse que a imprensa inventou. Ele afirmou, repetiu e seu entorno também disse. Mas, seu aliado Arthur Lira alertou: ‘Não é o momento adequado’. É preciso não se deixar enganar”, destaca mais à frente.
“Enquanto isso, e
com efeito imediato, o presidente convoca seus seguidores a ameaçarem as seções
eleitorais. “No próximo dia 30, vamos votar, e mais do que isso, vamos
permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado”, afirmou
Bolsonaro e mais uma vez disse que desconfia do resultado das urnas. Os
partidos precisam fazer uma representação contra isso, o mais rápido possível.
Isso é uma forma de intimidação e pode resultar num cerceamento do direito de voto”,
afirma.
“Bolsonaro nunca
moderou-se, nunca recuou de seu projeto. Ele quer tumultuar o país se não for
reeleito. E se o for, ele seguirá com o seu plano de desmanche das
instituições. Como tenho dito aqui, não ver esse risco é o maior dos riscos”,
finaliza.
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