Estadão - Eduardo
Gayer
BRASÍLIA - O candidato do PT à
Presidência da República, Luiz
Inácio Lula da Silva, subiu o tom contra o presidente e candidato à
reeleição Jair
Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira. “Um cidadão que junto com sua
família consegue comprar imóveis gastando R$ 26 milhões em dinheiro vem me
chamar de presidiário?”, questionou o petista em coletiva de imprensa em São
Luís, no Maranhão. O Estadão mostrou nesta
quinta-feira como Bolsonaro e seus filhos pagaram imóveis com dinheiro vivo.
Na entrevista, Lula disse ainda que Bolsonaro “mente descaradamente” e criticou o fato de o governo não ter previsto no Orçamento de 2023 o Auxílio Brasil no valor de R$ 600. Acompanhado do ex-governador e candidato ao senado Flávio Dino (PSB), o petista disse que, caso eleito, vai se reunir com todos os governadores eleitos na primeira semana de governo.
O ex-presidente do Brasil e candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva observa durante uma reunião do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que o nomeou oficialmente como candidato do partido, em julho. Foto: REUTERS / REUTERS© Fornecido por Estadão
Lula voltou a dizer que foi preso injustamente e “provou sua inocência”. “Ele [Bolsonaro] sabe que é presidente porque eu fui preso. E ele sabe que eu fui preso por causa da maracutaia de Sergio Moro, a quadrilha montada na força-tarefa do Ministério Público. Se não tomar cuidado, tiver outra [operação] assim, mancha a instituição”, disparou, para quem Bolsonaro “não tem condições de andar de cabeça erguida” como ele. “Não trabalha, usa o tempo inteiro para fazer campanha”, acrescentou.
O petista afirmou ainda que gosta de
debates eleitorais na televisão. Por outro lado, questionou as regras
estabelecidas e rejeitou que compareça para “bater boca”. “Eu gosto de debate,
acho que é essencial para clarear a mente do povo brasileiro”, declarou. “São
muitos candidatos. Quando você fica parado, 18 minutos sem dar a palavra, você
não vai bater boca, vai dizer coisa que vai ser positiva para o povo
brasileiro”, acrescentou. “É preciso que as regras facilitem debate e troca de
ideias para que o povo compreenda o que está acontecendo.”
Como mostrou o Estadão, a campanha de Lula avaliou que o candidato deveria ter adotado tom mais enfático para rebater as acusações de corrupção feitas pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro. “Eu não faço campanha política ofendendo adversários. Vou para debate para tentar consertar o Brasil”, defendeu-se hoje o candidato. Ele avaliou ainda que Bolsonaro “fez questão de mentir” no debate da Band “com a maior desfaçatez”.
Lula e Kirchner
O candidato do PT também afirmou
nesta sexta-feira que o atentado contra a vice-presidente
da Argentina, Cristina Kirchner, serve de alerta para toda a classe
política. “A gente tem que ter isso como alerta. Eu acho que o bom senso indica
que nós precisamos ficar alertas com o que pode acontecer no Brasil”, declarou.
Lula afirmou que, antigamente, se
reunia com adversários políticos, como tucanos, em clima amistoso em
restaurantes mesmo após comícios calorosos. “Isso hoje é impossível”, lamentou.
“Todos nós que somos políticos temos que estar atentos à violência de todos
aqueles que não sabem conviver democraticamente”, acrescentou, sobre o episódio
com Cristina Kirchner.
Para o petista, o presidente e
candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) não está habituado a conviver
democraticamente. “Estou convencido de que nessa campanha vai vencer a
democracia, a esperança e o sonho do povo brasileiro que quer voltar a
trabalhar, a comer”, afirmou. Em seguida defendeu, mas sem citar fatos, que
Bolsonaro usa dinheiro público para fazer campanha. “Se somar todos os
presidentes juntos, ninguém utilizou a máquina pública e o dinheiro que ele
está utilizando. E o que ele está fazendo não está surtindo efeito”, afirmou
Lula.
/ COLABOROU DAVI MAX
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