Putin discursa em Moscou (Foto: Reprodução) |
Os
russos fizeram uma manifestação de unidade nacional e força, diz o jornalista
José Reinaldo (*)
As verdades ditas por Putin no discurso deste sábado incomodaram os centros imperialistas e seus estipendiários na mídia corporativa. Ao discursar no evento em homenagem à reunificação da Crimeia com a Rússia, o chefe do Kremlin ressaltou que a Rússia fez muito para desenvolver a Crimeia e Sebastopol, e a reunificação resultou em sua redenção do estado lamentável em que viviam quando faziam parte da Ucrânia. Para além de exaltar a força da população da Crimeia que construíram "uma forte barreira no caminho dos neonazistas".
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Acrescentou tiradas patrióticas destacando que o povo da península da Crimeia queria viver em sua terra, em sua pátria histórica, a Rússia, razão pela qual votou maciçamente pelo retorno ao lar histórico no referendo de 18 de março de 2014. "Queriam viver um destino mútuo com sua pátria histórica, com a Rússia, tinham todo o direito e alcançaram seu objetivo", declarou Putin.
Putin também causou irritação nos círculos imperialistas e seus porta-vozes na mídia quando defendeu as razões que o levaram a deflagrar em 24 de fevereiro a operação militar especial na Ucrânia. Não poupou palavras ao se referir à trágica situação que viveu o povo da região do Donbass durante os últimos oito anos desde o golpe de 2014. "O povo do Donbass sofreu genocídio", disse Putin diante da mutidão.
Os inimigos da Rússia foram levados ao
transe quando Vladimir Putin pediu glórias eternas aos soldados russos,
ressaltando a generosidade e o heroísmo dos jovens patriotas.
Os mesmos centros do poder imperialista e sua mídia ficaram desapontados também porque o presidente russo proclamou alto e bom som os direitos de seu país a ter garantias de segurança. Referindo-se às ações anti-Rússia adotadas nas últimas semanas, Putin declarou alto e bom som, arrancando aplausos e ovações do estádio: "Toda essa parafernália extremista é 'justificada' pelo fato de uma nação exercer o direito elementar que todo país, sociedade ou ser humano tem de se defender, de se proteger tomando a iniciativa contra uma agressão disfarçada de baixa intensidade, pertinaz e contínua, que coloca e irá colocá-los ao longo do tempo em sério risco para a sua integridade territorial e para a segurança e a vida dos seus habitantes.
Não preciso explicar muito,
todos que me ouvem sabem muito bem, mesmo que se recusem a entender, do que
estou falando". E diante dos vaticínios de “isolamento”, “divisão” e
“derrota inevitável” da Rússia, Putin fez uma demonstração de unidade e poder
nacional, ao afirmar que a Rússia e seu povo nunca tiveram tanta força.
Incapazes
de refutar a mensagem nacionalista e popular, voltaram suas críticas para a
simbologia do evento e das citações bíblicas, forçando analogias com o
fascismo, método covarde de caluniar diante da evidente falta de condições para
enfrentar a Rússia na operação de desmilitarização e desnazificação da
Ucrânia.
O que mais encolerizou os centros de poder imperialista e os funcionários da mídia monopolista foram as ideias de fundo sobre o sentido geopolítico do conflito em curso no Leste Europeu, que olíder do Kremlin explicitou dois dias antes em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV: "O que deve ficar claro para todos é a evidência de que esses últimos acontecimentos puseram fim ao domínio global dos países ocidentais na política e na economia mundial. Além disso, o modelo econômico que durante décadas foi imposto ao mundo em geral, a obsessão patológica dos EUA e seus aliados por sanções, foi deixado em dúvida, não compartilhado pelos países onde vivem mais da metade da população mundial.
Esses países representam a parte mais promissora do futuro, são as economias
que mais crescem. A Rússia está entre esses países, estamos juntos, é assim
porque a Rússia tem todos os recursos naturais, materiais e humanos de que
essas nações emergentes precisam, o Ocidente não tem mais nada a dar, nada a
oferecer além do roubo (...), eles só têm a ganância e a necessidade de cortar
o crescimento dessas nações emergentes, razão pela qual, inevitavelmente, já é
o início próspero do novo sistema econômico comercial que emerge, um sistema
onde o mundo terá a garantia de que suas riquezas não serão arbitrariamente
saqueadas, e onde o comércio e a troca possam ser realizados de forma
florescente, natural e segura. A Rússia sempre deu grandes contribuições para a
evolução da civilização humana ao longo da história, desta vez não foi nem vai
ser diferente, a Rússia sempre fez e sempre fará parte da história."
Esta
é a razão da raiva dos centros de poder imperialista e sua mídia. O líder russo
anunciou o fim da ordem unipolar.
(*) Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página
Resistência:
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