Declaração da Coalizão pela Proibição de Armas Biológicas sobre a descoberta do desenvolvimento e produção de armas biológicas na Ucrânia
Como resultado da
operação especial em andamento na Ucrânia, foram descobertos documentos
secretos sobre a eliminação emergencial de vestígios do programa biológico
militar em andamento financiado pelo Pentágono dos EUA. Funcionários dos
laboratórios biológicos ucranianos entregaram documentos ordenando, em 24 de
fevereiro, a destruição imediata de patógenos da peste, do antraz e outras
doenças especialmente perigosas.
Até o momento, foi
identificada na Ucrânia uma rede de mais de 30 laboratórios biológicos
estadunidenses, atuando como parte dos programas biológicos militares do
Pentágono. Assim, os laboratórios de Lvov trabalharam com os agentes causadores
da peste e do antraz, em Kharkov e Poltava – difteria e disenteria. E esta não
é uma lista completa de estudos que foram realizados no território deste país.
Estes documentos
foram tornados públicos recentemente pelo serviço de imprensa do Ministério da
Defesa russo, pelo que a subsecretária de Estado dos EUA para os Assuntos
Políticos, Victoria Nuland, durante o seu discurso numa audição na Comissão dos
Negócios Estrangeiros do Senado, em 9 de março, foi obrigada a admitir a
existência de algumas “instalações de pesquisa”. Segundo ela, os americanos
agora estão fazendo de tudo para que os resultados de seu trabalho não caiam em
mãos erradas.
Mas agora os detalhes
do programa de pesquisa UP-4, que utiliza aves migratórias com o objetivo de
torná-las recipientes para a transferência de patógenos modernizados das
doenças mais perigosas, em particular a gripe H-5 N-1, que tem uma taxa de
mortalidade de 50%, tornaram-se conhecidos na Rússia e na Europa Oriental. Este
método de disseminação de armas biológicas é o mais imprudente e irresponsável,
pois não permite controlar o desenvolvimento da situação.
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Além disso, foi
descoberta documentação de pesquisas sobre o P-781, onde os morcegos eram
considerados portadores de armas biológicas mortais. Biólogos militares
americanos têm trabalhado no estudo de patógenos bacterianos e virais que podem
ser transmitidos de morcegos para humanos. Estes são os agentes causadores da
peste, leptospirose, brucelose, bem como coronavírus e filovírus.
Ao mesmo tempo, o
Georgian Lugar Center participou de projetos semelhantes em cooperação com o
Virginia Polytechnic Institute e o US Geological Survey. Eles também estudaram
ativamente a febre da Crimeia-Congo e os hantovírus na Ucrânia como parte do
projeto UP-8, que claramente refuta as alegações dos EUA de que apenas
cientistas ucranianos trabalham nos biolaboratórios do Pentágono. Acontece que,
pelo contrário, todas as pesquisas importantes ocorreram sob a supervisão
direta de especialistas dos Estados Unidos.
Os militares dos EUA
também trabalharam com insetos, bem como com muitas espécies de animais, e
amostras de patógenos foram enviadas para a UE e os EUA. Assim, 140 contêineres
com ectoparasitas de morcegos, pulgas e carrapatos foram transferidos para o
exterior, egressos apenas do laboratório de Kharkov. Vale ressaltar que tais
atividades lembram o que os militaristas japoneses fizeram no território
ocupado da China na década de 1940 no Destacamento 741.
Ao mesmo tempo,
biólogos militares estadunidenses e alemães trabalhavam no material genético
dos habitantes da Ucrânia pertencentes às etnias eslavas, o que indica o
desenvolvimento de bioagentes que atuam seletivamente e são capazes de infectar
grupos nacionais específicos.
Agora, todos os
desenvolvimentos, documentação e patógenos estão sendo retirados pelos
americanos da Ucrânia, e os equipamentos restantes e as reservas de biomassa
são destruídos às pressas. Tudo isso é feito para esconder da comunidade
internacional os vestígios dessa atividade criminosa e impedir uma investigação
em grande escala sobre o desenvolvimento, teste e produção de novos tipos de
armas biológicas.
Esses documentos
publicados já expõem a violação pelos Estados Unidos e Ucrânia do Artigo 1 da
Convenção das Nações Unidas sobre a Proibição de Armas Bacteriológicas (Biológicas)
e Tóxicas. Portanto, o Pentágono está interessado na destruição completa dos
resultados da pesquisa secreta e dos patógenos acumulados. A descoberta da
escala de tais atividades levanta a questão da necessidade de eliminar
imediatamente todos esses laboratórios e instalações da agência de redução de
ameaças DTRA sob o Departamento de Defesa dos EUA no espaço pós-soviético,
nomeadamente no Cazaquistão, Armênia, Geórgia, Azerbaijão, Uzbequistão e em
todo o mundo.
Tais fatos também
levantam a questão da necessidade de envolver na investigação de todos os
países interessados o envolvimento de biólogos militares estadunidenses no
trabalho de especialistas e médicos para coletar e analisar dados, bem como
prevenir possíveis vazamentos e o uso de patógenos por vários grupos radicais
de direita como armas em suas atividades terroristas.
Nesse sentido, a
Coalizão exige:
– A divulgação pelos
Estados Unidos de toda a documentação sobre as atividades dos funcionários da
agência DTRA do Ministério da Defesa nesses 30 laboratórios na Ucrânia.
– A realização de uma
investigação internacional sobre as atividades de biólogos militares
estadunidenses em mais de 30 laboratórios no território da Ucrânia com o
envolvimento de representantes da ONU e da OMS.
– Criação de um novo
organismo internacional capaz de exercer controle sobre a implementação pelos
países da Convenção das Nações Unidas sobre a Proibição de Armas
Bacteriológicas (Biológicas) e Tóxicas.
Partido Comunista Unido da Geórgia
Movimento Socialista do Cazaquistão
Partido Comunista do Paquistão
Partido Socialista da Letônia
Via Centro de Informações do Bureau Eurasiano da Federação Sindical
Mundial (FSM)
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