30 de março de 2022
Por Lucas Silva, membro do Comitê
Central do PCB
Nascido das entranhas do processo que gestou o golpe reacionário, entreguista e ultraliberal (que acelerou o processo de neoliberalização do governo Dilma) de 2016, o bolsonarismo volta-se desde o primeiro dia de governo contra os trabalhadores, aos quais os atuais detentores do poder dedicam um ódio todo especial.
São
desesperadoras as condições de existência de milhões de trabalhadores urbanos e
rurais, vítimas diretas e principais da política antipopular e entreguista do
governo Bolsonaro. Daí o crescente descontentamento e a profunda revolta
existentes entre os trabalhadores contra o governo federal e sua política (mas
não só, pois os governadores liberais e cúmplices desse projeto também são mira
do ódio popular).
O ciclo de lutas aberto no ano passado (com destaque e protagonismo inicial do movimento negro) animou setores populares e trouxe mais pessoas para as ruas, encorajando até setores burgueses opositores ao governo federal a tomarem posições mais ousadas.
Esse ciclo, apesar de insuficiente, foi importante para aumentar o desgaste
do bolsonarismo, trazer novas pessoas para a luta popular organizada e
estabelecer uma base para novos saltos de qualidade no enfrentamento ao
genocida (e aos setores burgueses que o colocaram lá), e só não foi um ciclo
maior, massivo e mais intenso devido as vacilações dos setores
sociais-democratas (PT, PDT, PCdoB, setores do PSOL e grandes centrais
sindicais) que subestimaram a força das ruas (o maior exemplo disso foi o
completo abandono da construção de uma greve geral) e no final tentaram (e ainda
tentam) cooptar a revolta popular para seus interesses eleitorais.
Cabe agora em 2022 a
construção de um novo ciclo de lutas (começando pelos dias 02/04 e 09/04),
protagonizado pelos movimentos populares e pelos sindicatos, de modo a criar
força social para desgastar e arrancar Bolsonaro/Mourão do governo, seja
através de um impeachment ou mesmo forçar uma renúncia, processo esse que só
será possível com uma grande e massiva luta popular, e a construção de uma ou
mais greves gerais, pois a oposição burguesa (Globo, PSDB, governadores
liberais e etc.) não merece nenhum pingo de confiança, e não devemos abaixar a
guarda nem a disposição de mobilizar a classe trabalhadora, um minuto sequer.
Por isso os
comunistas trabalharão de maneira incansável para esclarecer, educar e
organizar a classe trabalhadora como força de vanguarda na luta pela derrubada
do bolsonarismo e do seu programa (que são a expressão mais radical, mais
raivosa e neofascista da burguesia brasileira e do sistema capitalista), pois
não basta tirar o genocida, é preciso derrubar a sua estrutura econômica (como
as privatizações, o PPI na Petrobras, a reforma administrativa, o desmonte da
saúde pública e etc), bem como suas aspirações repressivas e anti-democráticas
(a ultramilitarização da segurança pública e a repressão contra os movimentos
populares), sempre com a perspectiva de construção de embriões de poder popular
durante esses choques e essas lutas.
Ainda dentro dessa
perspectiva, ressaltamos que nossas pré-candidaturas estarão a serviço dessas
lutas e desse programa proletário, voltado para a construção do poder popular e
da resolução dos grandes problemas do nosso povo (fome, desemprego e falta de
moradia por exemplo), impulsionando as lutas populares antes, durante e após as
eleições.
DIAS 02 e 09/04,
ESTAREMOS NAS RUAS NOVAMENTE PARA DERROTAR BOLSONARO, MOURÃO E O CAPITALISMO!
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