Nota Política do Comitê Central do PCB
O Partido Comunista
Brasileiro vem a público expressar seu mais amplo e profundo repúdio ao
assassinato do trabalhador congolês Moïse Kabamgabe, bem como expressar
profundas condolências e solidariedade de classe a sua família.
Moïse foi espancado e
morto por cinco homens na segunda-feira (24/01), no Posto 8 (RJ) após cobrar
pagamentos devidos pelo quiosque de praia em que trabalhava. Como se a situação
toda já não fosse um absurdo, a família afirma que encontrou o corpo de Moïse
sem os órgãos, dado como indigente em menos de 72h, ao ir ao IML para
reconhecimento.
Situações como essa
não são casos isolados. O Brasil desponta, dia após dia, como um dos países em
que cresce a violência contra negros e imigrantes, fomentada por figuras como
Bolsonaro. Esse tipo de ação só revela o caráter antiproletário e xenofóbico da
própria sociedade capitalista, na qual o Estado, apesar de sua aparência de
neutralidade, cumpre o papel de violar corpos e não oferecer condições de
trabalho para trabalhadores vindos de outros países, traços típicos do
capitalismo. Além disso, já começam a se levantar suspeitas do envolvimento das
milícias no assassinato de Moïse.
O Partido Comunista
Brasileiro reafirma que nenhum tipo de violência contra a classe trabalhadora
deverá ser tolerada, em especial a violência perpetrada contra os setores mais
oprimidos de nossa classe, dentre os quais estão a população negra e imigrante.
Qualquer tentativa de justificar, com discursos xenofóbicos, essa violência (ou
a situação de emprego precário em que vivia Moïse e outros milhares de
imigrantes que buscam o Brasil por melhores condições de vida) nada mais é do
que um subproduto ideológico do capitalismo, uma narrativa que divide a classe
trabalhadora por raça, por nacionalidade etc. e prejudica nossa luta unificada
contra a burguesia e o Estado.
Reafirmamos uma vez
mais nossas condolências e solidariedade à família de Moïse Kabamgabe, bem como
levantamos suspeitas sobre o papel do IML e conclamamos à mais rápida
investigação sobre o caso. Assim, convocamos a todos os trabalhadores e
trabalhadoras, assim como toda a nossa militância e a militância organizada, a
cerrar fileiras conosco no sábado, dia 05/02, às 10h, no Posto 8, em frente ao
Quiosque Tropicália, no Rio de Janeiro; em São Paulo, às 10h, no Vão Livre do
MASP; e em todas demais manifestações a serem definidas nos próximos dias.
CONTRA O RACISMO E A XENOFOBIA DE
ESTADO!
MOÏSE KABAMGABE PRESENTE!
Comitê Central do PCB
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