terça-feira, 16 de novembro de 2021

Gilmar: Não se pode prender adversários de amigos

Postado por Magno Martins em 15.11.2021

Com edição de Ítala Alves

Poder360

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Superior Tribunal Federal), disse que o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, está fazendo “uma correção de atitude” ao se filiar ao Podemos. Moro é pré-candidato à presidência da República pelo partido.

“Eu acho que juízes e procuradores que já tinham atuação política, agora ao optarem por atuar eleitoralmente em um partido, estão fazendo até uma correção de atitude. Não deveriam ter atuado como políticos no passado e agora estão fazendo o correto. Vão atuar onde deveriam ter atuado antes“, falou ao Poder360.

O ministro se referiu à atuação de Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ficou proibido de concorrer ao Planalto em 2018. Com um discurso em tom político, Dallagnol deixou o MPF (Ministério Público Federal) no começo deste mês.

“Não se pode atuar como juiz num processo eleitoral. Não se pode assinar sentenças para influenciar eleições. Não se pode prender adversário de amigos políticos“, disse Mendes. “Então, eu acho que é de saudar” a atitude de Moro e Dallagnol de se afirmarem como políticos.

Para combater a politização do meio jurídico, o ministro defendeu um debate travado pelo Congresso e balizado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). “Se discute a questão de uma inelegibilidade. Um período de quarentena, digamos assim, para que as pessoas não usem o cargo para depois obterem vantagens eleitorais“. Para Mendes, “é importante que se desvistam da toga e vistam as camisas dos partidos políticos” antes de atuarem na política.

Gilmar Mendes participa do 9º Fórum Jurídico de Lisboa, que começou nesta segunda-feira (15), na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. O evento organizado pelo IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), do qual o ministro é sócio, conta com a presença de importantes políticos e magistrados brasileiros.

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