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Na quinta (14/10), deputado chamou o arcebispo de Aparecida e o papa Francisco de “safados”, “vagabundos" e "pedófilos" em sessão na Alesp
Metrópoles: Talita Laurino e Ana Flávia Castro
17/10/2021
A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) pediu medidas internas “eficazes, legais e regimentais” contra
o deputado bolsonarista Frederico
D’Avila (PSL-SP). Na última quinta-feira (14/10), o parlamentar
chamou o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, e o papa Francisco de
“safados”, “vagabundos” e “pedófilos” durante sessão na Assembleia Legislativa
de São Paulo (Alesp).
Por meio de nota ao qual o Metrópoles teve acesso, a CNBB
declarou repúdio aos ataques do parlamentar. De acordo com a instituição, o
congressista fez comentários com “ódio descontrolado” e, assim, “feriu a missão
parlamentar, o que requer imediata e exemplar correção pelas instâncias
competentes”.
A entidade também destacou que o
Congresso deve tomar medidas eficazes em relação ao episódio. “Defensora e
comprometida com o Estado Democrático de Direito, a CNBB, respeitosamente,
espera dessa egrégia casa legislativa, confiando na sua credibilidade, medidas
internas eficazes, legais e regimentais, para que esse ultrajante desrespeito
seja reparado em proporção à sua gravidade”, afirmou no documento.
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“A CNBB, prontamente, comprometida
com a verdade e o bem do povo de Deus, a quem serve, tratará esse assunto grave
nos parâmetros judiciais cabíveis”, anunciou.
Veja o vídeo: https://www.metropoles.com/brasil/bispos-pedem-medidas-eficazes-contra-deputado-bolsonarista-que-xingou-papa
Contexto
As ofensas do parlamentar são uma
resposta ao discurso de dom Orlando na
última terça-feira (12/10), durante a missa pelo Dia de Nossa Senhora
Aparecida. Na ocasião, o arcebispo fez críticas à política armamentista de Jair
Bolsonaro e defendeu a ciência e a vacina.
O chefe do Executivo se pronunciou sobre a declaração
do clérigo na quarta-feira (13/10), e acusou a imprensa de
veicular o fato apenas no dia em que ele havia chegado à Aparecida.
“No dia 11, em Brasília, o bispo
disse que ‘pátria
amada não é pátria armada’, respeito a opinião dele. Somente no
dia seguinte, quando estive em Aparecida, que a imprensa falou que ele disse
isso no dia 12. Ele não falou, ele é uma pessoa educada. Não iríamos discutir
abertamente aí, até porque não tinha microfone, não tinha como discutir.
Respeito os bispos e todos que têm uma posição diferente da minha”, destacou
Bolsonaro.
Diante disso, o deputado veio em
defesa ao presidente: “Seu safado da CNBB dando recadinho para o
presidente [Bolsonaro], para a população brasileira, que
pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é a pátria que não se submete a
essa gentalha. “Seu vagabundo, safado, que se submete a esse papa vagabundo
também. A última coisa que vocês tomam conta é do espírito, do bem-estar e do
conforto da alma das pessoas. Você acha que é quem para ficar usando a batina e
o altar para ficar fazendo proselitismo político? Seus pedófilos safados, a
CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil.”
A Opus Dei, a quem o deputado seria
ligado, divulgou nota de repúdio às palavras do parlamentar.
“A Prelazia do Opus Dei no Brasil
manifesta seu repúdio às declarações do deputado Frederico D’ Ávila, do PSL
(SP). A Prelazia, cujas finalidades são exclusivamente espirituais e
apostólicas, vive em profunda união com o Santo Padre, com o episcopado e com a
Conferência Episcopal”, diz o comunicado.
EM TEMPO: É aconselhável que a população melhore a qualidade do voto para evitar o surgimento dessas "almas sebosas".
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