Folhapress, RICARDO DELLA COLETTA
***ARQUIVO***BRASILIA,
DF, 31.03.2021 - Da esquerda para direita o almirante Almir Garnier, o general
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o brigadeiro Almeida Baptista Jr. durante
apresentação os novos comandantes das Forças Armadas, no Ministério da Defesa, em
Brasília (DF). Os três chefes das Forças Armadas decidiram pedir demissão em
conjunto, algo inédito no país. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) ORG XMIT:
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, afirmou, em pronunciamento divulgado nesta sexta-feira (17), que a Força "continua firme no cumprimento de suas missões constitucionais" e fez um apelo para que soldados tenham cautela com informações recebidas nas redes sociais. Foi a primeira manifestação de Nogueira desde o feriado de 7 de Setembro. Apesar de destacar a data da Independência, o general não fez qualquer referência às manifestações de raiz golpista com a presença do presidente Jair Bolsonaro naquele dia em Brasília e em São Paulo.
"O Exército não para, e continua firme no cumprimento de suas missões constitucionais. É um trabalho diário e silencioso de cerca de 220 mil militares, homens e mulheres, que honram suas fardas e produzem os resultados percebidos por toda a sociedade", afirmou Paulo Sérgio em pronunciamento veiculado nas redes sociais da instituição. Em outro trecho do discurso, o comandante destacou que existe atualmente um "volume avassalador de informações" e afirmou que, diante disso, é preciso um esforço para buscar "a verdade dos fatos".
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"Por isso, muita cautela com o
que circula nas mídias sociais. Analisem com critério e façam a correta
interpretação das informações que acessam ou recebem. Mas, principalmente,
confiem ainda mais em seus comandantes e chefes, em todos os escalões
hierárquicos. Eles estão investidos de autoridade e responsabilidade para
transmitir a vocês a melhor, mais ética e profissional leitura dos
acontecimentos, além de orientá-los no correto caminho a seguir para o
cumprimento do dever", disse o general.
Nesta semana, durante evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que fake news fazem parte da vida e comparou o tema a uma "mentirinha" contada para uma namorada. "Fake news faz parte da nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Se não contasse, a noite não ia acabar bem." Em seu discurso nesta sexta, Paulo Sérgio exortou a tropa a "manter o foco em suas atribuições".
"Reforçando a fé inabalável na
missão do Exército brasileiro, concito a todos a manter o foco em suas atribuições.
Desempenhar, com a dedicação de sempre, as suas tarefas diárias e preservar a
união e a coesão, tendo sempre como base sólida a hierarquia e a disciplina
--verdadeiros apanágios de nossa vocação militar".
O general terminou sua declaração com
o lema "Brasil acima de tudo", brado da Brigada de Infantaria
Paraquedista do Exército que foi apropriado como slogan de campanha por
Bolsonaro.
No feriado da Independência, o
presidente da República fez ameaças ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao
presidente da corte, Luiz Fux. Bolsonaro também exortou desobediência ao
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, e disse que canalhas nunca irão
prendê-lo.
As declarações de Bolsonaro geraram
resposta de Fux, que disse que o descumprimento de decisão judicial, se confirmada,
configuraria "crime de responsabilidade".
Já o presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), falou em "basta" e criticou o que chamou de
"infinito looping negativo", mas não tocou no tema impeachment e
enviou sinais de tentativa de apaziguamento.
Dias depois, Bolsonaro divulgou uma
nota retórica na qual afirmou que não teve "nenhuma intenção de agredir
quaisquer dos Poderes" e atribui palavras "contundentes"
anteriores ao "calor do momento". O documento foi redigido com a
ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB).
O general Paulo Sérgio Nogueira foi
nomeado para comandar o Exército no final de março deste ano, na esteira de uma
crise militar causada por interferência de Bolsonaro.
Naquele mês, o mandatário demitiu o
então ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o substituiu pelo atual titular
da pasta, Walter Braga Netto. Bolsonaro estava insatisfeito com as gestões de
Azevedo para tentar manter as Forças Armadas distantes da política do governo
--Braga Netto, por sua vez, é alinhado ao bolsonarismo.
A saída de Azevedo levou à renúncia
dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Ao longo dos últimos meses, Bolsonaro
promoveu uma escalada de declarações autoritárias que geraram tensão entre
opositores e governadores. Ele chegou a questionar a realização das eleições em
2022 e a afirmar que só será derrotado em caso de fraude.
Também gerou apreensão a adesão de
policiais militares ao bolsonarismo e falas do mandatário sobre as Forças
Armadas.
Em mais de uma ocasião neste ano, Bolsonaro usou a
expressão "meu Exército", que gerou críticas por ser interpretada
como uma tentativa de politizar a instituição. Ele também se referiu às Forças
Armadas como "poder moderador" --apesar de decisão do STF
estabelecendo que os militares não têm essa atribuição.
EM TEMPO: Considerando que não existe autogolpe sem que os golpistas combinem com a comunidade internacional, especialmente com o governo Biden, dos EUA, a cada dia que se passa diminui as chances do maluco Bozo dar um autogolpe, isto é, com ele no poder. Lembrando alguns fatores adversos ao Bozo: - queda de popularidade; - política desastrosa do Ministério da Saúde que provocou o excesso de mortes pela COVID 19; - demora na vacinação; - inflação de alimentos; - ameaça de apagão elétrico; - violência; - desemprego; - agressão ao meio ambiente; - isolamento internacional; - agressão as comunidades indígenas, etc. Além do mais os Comandantes das Forças Armadas sabem que não é nada fácil dar um autogolpe sem que haja previsão de reconhecimento da comunidade internacional, especialmente do governo Biden. Agora durmam, bolsonaristas, com esse pesadelo.
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