19 de agosto de 2021
DECLARAÇÃO DA SECRETARIA DE IMPRENSA DO KKE – PARTIDO COMUNISTA DA
GRÉCIA
Os rápidos
desenvolvimentos no Afeganistão após o colapso do governo fantoche, que havia
surgido no país com a intervenção imperialista dos EUA, da OTAN e de seus
aliados, e a ascensão ao poder do movimento obscurantista Talibã, um movimento
que contou com o apoio inicialmente dos EUA e de outras potências capitalistas,
mostram que o sofrimento do povo afegão é interminável.
Está evidentemente
demonstrado que a intervenção dos Estados Unidos em 2001, levada a cabo sob o
pretexto do “combate ao terrorismo” e em resposta ao ataque às Torres Gêmeas,
na realidade tinha outros objetivos e, em particular, o controle do “ponto
fraco” da Rússia e da China, no contexto do antagonismo desses países com os
EUA.
O governo Biden ainda
mente, apresentando “a economia de recursos financeiros do povo” como razão da
retirada das forças militares estadunidenses do Afeganistão. Seus objetivos são
diferentes, como desviar a atenção dos EUA para outras “frentes”, a exemplo da
região do Pacífico, assim como a intenção de criar um “clima de instabilidade”
na Ásia Central, para o que lhes é conveniente a “instrumentalização” dos
desenvolvimentos no Afeganistão. É por meio dessa competição interimperialista
que o Talibã parece ser favorecido hoje.
Desde o primeiro
momento, o KKE condenou a intervenção no Afeganistão; rejeitou os pretextos dos
EUA, da OTAN e da UE; denunciou as responsabilidades de todos os governos
gregos (ND, SYRIZA, PASOK, etc.), que desde 2001 até hoje apoiaram o
envolvimento do nosso país e das forças armadas gregas no Afeganistão. Por
todos os meios possíveis, exigiu a retirada das forças gregas do Afeganistão e
de qualquer outra missão imperialista no exterior.
Agora, as várias administrações burguesas estão derramando lágrimas de crocodilo pela situação do povo no Afeganistão, especialmente pela posição das mulheres. São as mesmas equipes que apoiaram e continuam a apoiar regimes que adotaram medidas semelhantes contra as mulheres em seus próprios países. São os mesmos estados-maiores que em outras épocas históricas (como na década de 1980) apoiaram veementemente o movimento obscurantista Mujahideen (por meio do qual surgiu o Talibã), que lutou contra a Revolução Popular e a ajuda militar internacionalista soviética.
Abordam também com a mesma hipocrisia acerca do esperado aumento do número de refugiados, quando os próprios acontecimentos provam o que todos querem esconder, a saber, que os refugiados são, em última instância, vítimas das guerras e intervenções provocadas pelo imperialismo. Hoje se destaca a necessidade da luta popular contra qualquer força reacionária e obscurantista, inextricavelmente ligada à luta contra o sistema capitalista e as forças e planos imperialistas que os originam e deles se utilizam.
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