Por Vanessa Freitas
Jornal O MOMENTO –
PCB da Bahia
O Aumento do Preço do
Gás e a Política de Privatizações
Os custos da atual
crise no Brasil continuam a recair sobre os trabalhadores mais empobrecidos. A
realidade é cada vez mais alarmante: grande parte da população atua na
informalidade, sem nenhuma garantia de renda mensal, ao passo que a taxa de
desocupação em Salvador já atinge 21,3%, segundo dados do IBGE. As famílias
brasileiras, dantes enfrentando o desemprego e a insegurança alimentar –
considerando o aumento do preço da cesta básica desde o último trimestre de
2020 -, seguem enfrentando o crescente preço do gás de cozinha, que incide
diretamente nas condições de acesso e consumo da classe trabalhadora.
No início de junho
deste ano, a Petrobrás anunciou um reajuste de 5,9% no preço do GLP (Gás
Liquefeito de Petróleo), e estima-se que o preço de um único botijão pode
ultrapassar a faixa dos R$100,00 em Salvador. Os preços do GLP variam de acordo
com as distribuidoras dos bairros da capital baiana, com uma variação de
R$80,00 a R$95,00. O aumento do preço do gás de cozinha dificulta ainda mais as
condições de vida da maioria da população, afetando também os pequenos
comerciantes que trabalham no setor de serviços de alimentação, além dos
trabalhadores informais, que, sem garantias, não conseguem arcar com o aumento
excessivo dos custos.
O reajuste do preço
do gás de cozinha, o GLP, é um reflexo da política ultraliberal que vem sendo
orquestrada pelo Governo Federal, com sua agenda de privatizações que entrega
setores estratégicos nacionais ao mercado acionista. Tal aumento no montante do
gás se dá pela atual Política de Preços da Petrobrás, que corresponde à cotação
do petróleo no mercado internacional e não atende à demanda do mercado interno,
influenciando, portanto, no preço final do produto, que é derivado do petróleo.
Dessa forma, esse processo impacta na comercialização do gás de cozinha, que é
um insumo de consumo popular.
A defesa das estatais
brasileiras contra a política de privatizações é uma necessidade histórica, que
atua na perspectiva de garantir autonomia e soberania do país frente ao capital
privado, promovendo a capacidade de produção e correspondência da demanda
nacional interna e superando as relações de dependência no comércio
internacional, bem como o PPI (Preço de Paridade Internacional) que está em
curso.
Assegurar as
condições de acesso a produtos essenciais e o bem-estar da população,
especialmente num cenário de pandemia, deveria ser questão prioritária; mas o
governo Bolsonaro-Mourão não opera com vistas a isso, pois seu projeto liberal
é antagônico aos interesses da população pobre e periférica. Mais do que nunca,
é preciso defender as condições de vida do povo brasileiro. Contra a
precarização, a fome e a contínua retirada de direitos.
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