ISTO É - Ricardo Chapola
A decisão do
Comando do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello por ter participado
de um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro, tomada nesta
quinta-feira, 3, irritou oficiais influentes e de alta patente da caserna.
Antigo aliado de Bolsonaro, o general da reserva, Paulo Chagas, disse que o
comandante do Exército, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, Bolsonaro e Pazuello
“estão colaborando para a desmoralização da instituição”. Chagas também
ressaltou que a decisão pode acabar com a disciplina típica das Forças Armadas.
“Lamento a decisão. Está aberto o precedente para que a política entre nos
quartéis. A disciplina está ameaçada”, afirmou o general.
Para o general,
“presidente, o comandante e o general Pazuello estão contribuindo para a desmoralização
e para a queda do prestígio conquistado pelo Exército Brasileiro. Esta decisão
põe em risco a autoridade do comandante, por quem tenho grande apreço”,
acrescentou Paulo Chagas.
Em nota, o Comando
do Exército informou que acolheu os argumentos apresentados por Pazuello e diz
ter entendido que não houve transgressão ao regimento interno da instituição. O
regimento do Exército, no entanto, proíbe claramente a participação de qualquer
oficial da Força em eventos políticos de qualquer natureza, sob risco de sofrer
punições que variam de advertência à prisão.
Pazuello passou
ileso de sanções mesmo depois de ter ido a um ato político ao lado do
mandatário no Rio, em 23 de maio. O general estava no meio de uma aglomeração e
sem máscara, poucos dias após ter defendido o uso da proteção na CPI da
covid-19. Ele é um dos principais alvos da comissão. Nesta semana, Pazuello foi
nomeado para um cargo de confiança ligado à Presidência. Será secretário de
Assuntos Estratégicos e terá salário de R$ 16 mil. Com essa nomeação, Bolsonaro
deixou claro que não aceitaria nenhuma advertência ao seu ex-ministro da Saúde,
desafiando os militares que desejavam uma punição exemplar. Desde o início
disse que ele era o chefe do Exército e que não aceitaria ter seu poder posto em
xeque. O Exército, portanto, cedeu às pressões do presidente e criou nova crise
no meio militar.
EM TEMPO: Há um ditado popular que diz: "o remédio para um doido é outra na porta". Evidentemente que esse ditado popular vale, também, para os que se fazem de doido. O Comandante do Exército não podia vacilar e sim aplicar a lei, punindo o general Pazuello e o mandando para a reserva. É claro que as consequências teriam com o presidente Bozo, mas fazem parte da vida, principalmente a militar. Os militares eram felizes e não sabiam nos governos Lula e Dilma (rsrsrs).
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