Yahoo, Redação Notícias
ter., 29 de junho de 2021
Governo tentou
cobrar propina em negociação por vacina da Astrazeneca (JUAN MABROMATA/AFP via
Getty Images)
Resumo da Notícia:
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Diretor do
Ministério da Saúde pediu propina para fechar contrato de vacina
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Segundo
representante de empresa, cada dose teria propina de 1 dólar
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Sugestão aconteceu
em um jantar em restaurante em Brasília
O representante de uma empresa que ofereceu vacinas ao Ministério da Saúde disse que recebeu um pedido de propina para fechar um contrato. Para casa dose fornecida, 1 dólar seria pago como propina. A informação foi dada por Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Segundo Dominguetti, a cobrança de propina partiu do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante um jantar em um restaurante no Brasília Shopping, no dia 25 de fevereiro de 2021. Dias foi nomeado ao cargo na Saúde no dia 8 de janeiro de 2019, ainda com o comando do ministro Luiz Henrique Mandetta. Ele era uma indicação de Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara e nome citado nas denúncias dos irmãos Miranda no contrato com a vacina indiana Covaxin.
Representando a Davati, Dominguetti negociava com o governo 400 milhões de doses da vacina da Astrazeneca, cobrando 3,50 dólares por cada dose. Depois disso, o preço subiu para 15,50 dólares por unidade. Segundo o representante, Dias disse que para negociar com o ministério, ele precisaria "majorar o valor da vacina", colocando em um valor diferente do que era oferecido pela Davati. O diretor da pasta era acompanhado por um militar e um empresário de Brasília.
"Eu falei que não tinha como,
não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não
operavam daquela forma. Ele me disse: 'Pensa direitinho, se você quiser vender
vacina no ministério tem que ser dessa forma", lembra o representante.
Perguntado sobre a "forma", Dominguetti disse que seria
"acrescentar um dólar por dose".
O representante afirmou ter negado o
pedido de propina feito por Dias.
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"Aí eu falei que não fazia, que
não tinha como, que a vacina teria que ser daquela forma mesmo, pelo preço que
estava sendo ofertado, que era aquele e que a gente não fazia, que não tinha
como. Aí ele falou que era para pensar direitinho e que ia colocar meu nome na
agenda do ministério, que naquela noite que eu pensasse e que no outro dia iria
me chamar", afirmou.
Dominguetti foi ao Ministério da
Saúde no dia seguinte e recebeu um pedido de Dias para adiantar documentações
da vacina. Logo depois, o diretor da pasta deixou o representante em uma sala
enquanto foi para uma reunião. Ele chegou a receber uma ligação perguntando se
teria acerto e respondeu dizendo que não tinha como.
"Aí me chamaram, disseram que ia
entrar em contato com a Davati para tentar fazer a vacina e depois nunca mais.
Aí depois nós tentamos por outras vias, tentamos conversar com o Élcio Franco,
explicamos para ele a situação também, não adiantou nada. Ninguém queria
vacina", contou o representante.
EM TEMPO: A corrupção habita no Sistema Econômico Capitalista. Não adianta chororô.
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