sexta-feira, 4 de junho de 2021

Bolsonaro vai perder

 

ISTO É - Antonio Carlos Prado

 

O xadrez político não é muito diferente do xadrez de tabuleiro – é importante pensar com a cabeça do outro. Também Max Weber ensina isso.

Se o capitão queria trazer à força o Exército para o campo político, o máximo que conseguiu foi trazer um general sem expressão e liderança. Fez de um oficial general um general oficial.

Se o Exército pune PazuelloBolsonaro, como comandante em chefe das Forças Armadas, revogaria a punição e a crise estaria aberta, o Exército estaria no terreno da política. Agindo como agiu, o Exército deixou Bolsonaro só com Pazuello, só com um zero à esquerda.

Ao mesmo tempo, o Exército não fez o jogo de entrar na política e desgastou Bolsonaro junto à instituição. A anarquia que seria causada só interessava a Bolsonaro. Ele não conseguiu a radicalização que queria.

Bolsonaro não pensou, porque não pensa politicamente, lances à frente. E não haverá indisciplina de oficiais menores, o Brasil de hoje não é o Brasil dos 18 do Forte de Copacabana, não é o País do tenentismo.

O Exército não fez jogo da política e desfez a crise que o capitão queria e lhe seria útil para desviar atenções da CPI. Bolsonaro perdeu o Exército. Ficou com peão de Pazuello na mão. Se o Exército for entrar em cena, entrará se Bolsonaro quiser melar 2022.

E ainda assim o Exército estará dentro da Constituição, não na política. Se fosse baralho e não xadrez, Bolsonaro ficou com o mico na mão. E o Exército abortou a crise e confronto que o capitão queria. À Bolsonaro, o peão. O xeque mate virá nas eleições.

EM TEMPO: Outra linha de análise, a qual tem um certo  sentido. É sinal que existem muitas pessoas de olho em Bozo e em suas tramoias. Bozo sempre foi  arruaceiro e quer gerar a instabilidade no país para justificar o autogolpe. Só o tempo dirá se o Comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, agiu com cautela nesse episódio bastante complexo e em pleno funcionamento da CPI da COVID. Afinal, Bozo foi um mal militar (dito pelo general Ernesto Geisel), foi impedido de visitar os quartéis pelo Comandante do Exército na época, general Leônidas Pires e agora ficou capenga com a derrota do seu ídolo Donald Trump. Para Bozo dar um autogolpe se faz necessário ter  apoio da comunidade internacional, isso ele não tem. O governo brasileiro não tem prestígio para comprar, sequer,  um parafuso  para repor num caça, tanque, bombardeio, etc. Agora durmam com essa bronca e não gritem: "mito, mito" . Para não dar dor de cabeça (rsrsrs).

Nenhum comentário:

Postar um comentário