ISTO É - Antonio Carlos Prado
O xadrez político não é muito diferente do xadrez de tabuleiro – é importante pensar com a cabeça do outro. Também Max Weber ensina isso.
Se o capitão queria
trazer à força o Exército para o campo político, o máximo que conseguiu foi
trazer um general sem expressão e liderança. Fez de um oficial general um
general oficial.
Se o Exército
pune Pazuello, Bolsonaro, como comandante em chefe das Forças
Armadas, revogaria a punição e a crise estaria aberta, o Exército estaria no
terreno da política. Agindo como agiu, o Exército deixou Bolsonaro só com
Pazuello, só com um zero à esquerda.
Ao mesmo tempo, o
Exército não fez o jogo de entrar na política e desgastou Bolsonaro junto à
instituição. A anarquia que seria causada só interessava a Bolsonaro. Ele não
conseguiu a radicalização que queria.
Bolsonaro não
pensou, porque não pensa politicamente, lances à frente. E não haverá
indisciplina de oficiais menores, o Brasil de hoje não é o Brasil dos 18 do
Forte de Copacabana, não é o País do tenentismo.
O Exército não fez
jogo da política e desfez a crise que o capitão queria e lhe seria útil para
desviar atenções da CPI. Bolsonaro perdeu o Exército. Ficou com peão de
Pazuello na mão. Se o Exército for entrar em cena, entrará se Bolsonaro quiser
melar 2022.
E ainda assim o
Exército estará dentro da Constituição, não na política. Se fosse baralho e não
xadrez, Bolsonaro ficou com o mico na mão. E o Exército abortou a crise e
confronto que o capitão queria. À Bolsonaro, o peão. O xeque mate virá nas
eleições.
EM TEMPO: Outra linha de análise, a qual tem um certo sentido. É sinal que existem muitas pessoas de olho em Bozo e em suas tramoias. Bozo sempre foi arruaceiro e quer gerar a instabilidade no país para justificar o autogolpe. Só o tempo dirá se o Comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, agiu com cautela nesse episódio bastante complexo e em pleno funcionamento da CPI da COVID. Afinal, Bozo foi um mal militar (dito pelo general Ernesto Geisel), foi impedido de visitar os quartéis pelo Comandante do Exército na época, general Leônidas Pires e agora ficou capenga com a derrota do seu ídolo Donald Trump. Para Bozo dar um autogolpe se faz necessário ter apoio da comunidade internacional, isso ele não tem. O governo brasileiro não tem prestígio para comprar, sequer, um parafuso para repor num caça, tanque, bombardeio, etc. Agora durmam com essa bronca e não gritem: "mito, mito" . Para não dar dor de cabeça (rsrsrs).
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