Foto: REUTERS/Arnd Wiegmann |
O Globo
qua., 21 de abril de 2021
· Anvisa autorizou uso emergencial de dois remédios desenvolvidos a partir de anticorpos usados contra Covid-19
· Fármacos não serão vendidos em farmácias e só poderão ser aplicados em hospital
· Esse é o segundo medicamento do tipo autorizado pela Anvisa; Primeiro foi remdesivir
No momento, há dois remédios
aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para
tratamento da Covid-19 no Brasil: o rendesivir e o coquetel casirivimabe + imdevimabe (Regn-CoV2). Este último
foi autorizada nesta terça-feira, de forma unanime, pelo órgão regulador. Já o
rendesivir foi aprovado em 12 de março.
Tanto o rendesivir quanto o coquetel
Regn-CoV2 ficaram conhecidos por terem sido usados no tratamento do
ex-presidente americano Donald Trump quando ele se infectou com o novo
coronavírus.
Abaixo estão
perguntas e respostas sobre estes dois medicamentos:
· Para que servem?
Rendesivir: O remédio é um antiviral
e serve para impedir a replicação do vírus dentro do organismo infectado em
estágios mais avançados da doença.
Regn-CoV2: O remédio também serve
para impedir a replicação viral. Ele é feito a partir de anticorpos
monoclonais, proteínas criadas em laboratório a partir de um único anticorpo
natural e que imitam a maneira como nossos sistema imunológico combate o vírus.
· Para quem é indicado?
Rendesivir: É indicado para pacientes
com mais de 12 anos e mais de 40 quilos que estão com pneumonia e necessitam de
suplemento de oxigênio, mas que ainda não estejam em ventilação mecânica.
Regn-CoV2: A indicação para a
utilização dos chamados anticorpos monoclonais é para quadros leves e moderados
da doença, em pessoas com comorbidades acima de 12 anos que possuem alto risco
de progredir para formas graves de Covid-19.
São considerados fatores de risco
para formas graves de Covid-19, pela Anvisa: idade avançada, obesidade, doença
cardiovascular, incluindo hipertensão; doença pulmonar crônica, incluindo asma;
diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2, doença renal crônica, incluindo aqueles em
diálise; doença hepática crônica; e pessoas imunossuprimidas.
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· Qual a eficácia apontada em estudos?
Rendesivir: Estudos analisados pela
Anvisa mostraram que pacientes que receberam o remédio apresentaram menor tempo
para recuperação: foram dez dias em média, contra 15 dos pacientes que não
receberam o medicamento, diminuindo tempo de hospitalização e necessidade de
receber oxigênio. Segundo a Anvisa, o medicamento é seguro, bem tolerado, sem
efeitos adversos em comparação ao grupo que não o recebeu.
Além do Brasil, o medicamento já foi
autorizado por: FDA (Estados Unidos), EMA (a Agência Europeia de Medicamentos)
e países como Canadá, Austrália e Suíça.
Regn-CoV2: Um estudo com 799 pessoas
mostrou que uma única dose de 1.200 mg de Regn-Cov2 (600 mg de cada substância)
reduziu o risco de hospitalização relacionada à Covid-19, morte por todas as
causas e diminuiu o tempo para resolução dos sintomas da doença em pacientes
ambulatoriais com Covid-19 sintomáticos e um ou mais fatores de riscos para
doença grave.
· Pode comprar na farmácia?
Rendesivir: Não. Por ser um pó
liofilizado, o remédio deve ser preparado no hospital para ser injetado por via
intravenosa, devendo ser administrado por entre cinco e dez dias.
Regn-CoV2: Não. Segundo a Anvisa, o
medicamento só pode ser administrado em ambiente hospitalar e sob prescrição
médica, com venda comercial proibida. Ou seja, pacientes que não estejam
hospitalizados pela doença, mas que tenham uso recomendado, só podem receber o
remédio em ambiente hospitalar, na veia, mas sem necessidade de internação.
· É indicado para prevenir a Covid-19?
Não existe nenhum remédio indicado
para prevenção da Covid-19. Os métodos de prevenção são: a vacinação completa
(até o momento o Brasil só oferece vacinas no esquema de duas doses), o uso de
máscaras sempre que for sair de casa ou ter contato com alguém que não é do seu
convívio, a higienização das mãos com frequência, e evitar ficar em ambientes
fechados e com aglomeração.
· Qual é a diferença para os remédios do "kit
covid"?
Tanto o rendesivir quanto o Regn-CoV2
apresentaram estudos que mostram eficácia contra a Covid-19, de acordo com o
estágio da doença para o qual são indicados.
Remédios como cloroquina, ivermectina entre outros
do chamado "kit covid" não demonstraram eficácia contra a doença em
estudos científicos e, por isso, não são recomendados para o tratamento nem a
prevenção da Covid-19.
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