ESTADÃO - João Prata
© Dida
Sampaio|Estadão Edson Pujol,
do Exército, Moretti Bermudes, da Aeronáutica, e Ilques Barbosa, da Marinha
A troca simultânea nos três comandos
das Forças Armadas anunciada nesta terça-feira, 30, pelo
Ministério da Defesa é inédita no País. Criada em 1999 no governo Fernando
Henrique Cardoso, a pasta confirmou as saídas de Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa Júnior (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica).
Os três foram demitidos por não concordar com a politização dos militares
desejada pelo presidente Jair Bolsonaro, como revelou o Estadão.
O encontro
aconteceu um dia depois de Bolsonaro demitir Fernando Azevedo e Silva do
Ministério da Defesa. “Preservei as Forças Armadas como instituições de
Estado”, escreveu Azevedo ao comunicar sua saída.
Para Rudzit, o
momento indica que a crise política no Brasil também é inédita. Segundo ele,
“muito mais profunda até do que na época do governo de Fernando Collor”, que
terminou com a renúncia do presidente em 1992. “Em nenhum momento no governo
Collor houve crise com as forças armadas. Naquele momento o Brasil tinha
acabado de ter a democratização. A imagem dos militares estava muito
desgastada”.
O professor da ESPM
vê três alternativas para contornar o problema: “impeachment, renúncia do
presidente ou o presidente mudar de atitude. A mudança de atitude não é só uma
tentativa de não politização das Forças Armadas. É o grupo ligado ao
presidente, especialmente também ligado aos filhos do presidente, não
incentivar as rebeliões das PMs pelo Brasil. Isso é algo que opõe radicalmente
as Forças Armadas e o presidente e que gera uma desestabilização de ordem
jurídica do País.”
EM TEMPO: Para desatar esse nó, basta os milhares de militares desembarcarem do governo Bolsonaro e deixá-lo sozinho com o Centrão. É um santo remédio.
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