Por Paulo Camelo (Engenheiro Civil e Militante de Esquerda)
O assunto corriqueiro
em diversos ambientes do nosso convívio diário
diz respeito a nomeação de
parentes, do prefeito Sivaldo Albino, para exercerem cargos no governo municipal e
demais instâncias públicas. É sabido que o Presidente da Câmara de Vereadores,
seu irmão e vereador Johny Albino, foi
eleito pelos seus pares. Mas será que
seria eleito, sem oposição, caso o Prefeito
não fosse seu irmão?
Evidentemente que não
se trata apenas de uma mera nomeação de parentes, mas uma tentativa de domínio familiar de uma cidade inteira.
Hoje os Poderes
Executivo e Legislativo são controlados pela família Albino, como uma
representação política que ultrapassa os limites familiares, mas de dominação.
É claro que essa dominação está longe de ser caracterizada como burguesa,
apesar dos atores rezarem na cartilha das classes dominantes da cidade, do
estado e do país.
Entendendo um pouco
da nossa história atual, podemos afirmar que Garanhuns é uma cidade
Cosmopolita, sem Domínio Familiar e sem Líder Burguês.
É Cosmopolita
porque uma considerável parcela da população
é oriunda de diversas localidades do Nordeste e dos demais Estados da República
Federativa do Brasil, como também do
exterior.
Mas, a última família
que nos dominou foram os Brancos, através do ex-deputado estadual Elpídio
Branco (in memorian), do ex-vice-prefeito Abdias Branco, in memorian (popularmente e
carinhosamente conhecido por Pai Bida). Some-se a isso o Dr. Tinoco, natural de
Caruaru, ex-deputado federal, aliado de
primeira hora do ex-governador Marco Maciel,
mas que ao casar com a senhora Fernanda Branco, de família rica e tradicional, passou
a integrar a Clã que dominou nossa cidade por muitos anos.
Por outro lado, desde
a morte do empresário Vavá Moraes, Garanhuns perdeu seu último líder burguês, o
qual sucedeu o Coronel Figueira (Francisco Simão dos Santos
Figueira), in memorian, latifundiário,
exportador de café, ex-prefeito e
ex-deputado estadual.
Sendo assim a família Albino, a qual não domina os meios
de produção de nossa cidade e nem tão pouco tem
suficiente inserção na classe média,
jamais consolidará, algum
dia, seu domínio familiar.
Donde concluímos que a família Albino anda em “pés de barro”,
uma vez que não é possível existir
domínio familiar de uma cidade de porte médio como a nossa, sem
materializar o poder paralelo e burguês.
Deste modo, os Albino estão se
opondo a nossa natureza, a qual está reagindo gradativamente aos desmandos em curso em todas as esferas da
administração pública e da política. Portanto, as críticas que são deferidas
contra o governo municipal são mais do que naturais, fazendo parte da nossa
natureza de resistir. É claro que o Prefeito está estranhando ao se colocar no interior da vitrine política.
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