Yahoo Notícias, João de Mari
ter., 30 de março de 2021
Comandantes da
Marinha, Ilques Barbosa; do Exército, Edson Pujol; da Aeronáutica, Antônio
Carlos Moretti Bermudez (Foto: Fábio Rodrigues Pozzobom/Agência Brasil)
O Ministério da Defesa anunciou a saída dos comandantes das três Forças Armadas: Exército, Marinha e Aeronáutica
É primeira vez desde 1985 que os comandantes das três Forças Armadas deixam o cargo ao mesmo tempo sem ser em troca de governo
O anúncio acontece um dia após o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, ter deixado o cargo; Bolsonaro estaria insatisfeito com o afastamento das Forças Armadas do governo
O Ministério da Defesa anunciou, nesta terça-feira (30), a
saída dos comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol (Exército),
Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).
"O Ministério da Defesa (MD)
informa que os Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão
substituídos", diz trecho do comunicado oficial da pasta.
É primeira vez desde 1985 que os
comandantes das três Forças Armadas deixam o cargo ao mesmo tempo sem ser em
troca de governo.
No documento, o ministério não
informou o motivo da saída dos três e também não anunciou os substitutos.
O anúncio acontece um dia após o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, ter deixado o cargo.
No lugar dele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já nomeou o
general da reserva Walter Souza Braga Netto, que até então comandava a Casa
Civil.
De acordo com a Defesa, a decisão foi
comunicada em reunião com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Neto,
do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças.
Horas depois do
anuncio da saída, no entanto, o jornal Folha de S. Paulo noticiou que Bolsonaro
decidiu demitir o ministro da Defesa, porque estava insatisfeito com o
afastamento do serviço ativo das Forças Armadas do governo
Reação à saída de
Azevedo e Silva
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Na manhã desta terça (30), membros
das Forças Armadas haviam se reunido para discutir se colocariam cargos à
disposição do general Braga Netto, novo ministro da Defesa. A decisão dos
comandantes é uma reação à saída de Azevedo e Silva.
Segundo o blog do jornalista Gerson
Camarotti, no G1, a saída de Fernando Azevedo e Silva, nesta segunda (29), foi
recebida com preocupação por integrantes da ativa e da reserva das Forças Armadas e
como algo além de uma troca para acomodação de espaços no primeiro escalão do
governo.
Um general da reserva afirmou ao
colunista que enxergou o movimento como um sinal de que o presidente Jair
Bolsonaro deseja ter maior influência política nos quartéis.
Bolsonaro
insatisfeito com o afastamento das Forças Armadas
Nesta segunda-feira (29), o
ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, anunciou que deixou o governo
Bolsonaro, afirmando que sai "na certeza da missão cumprida".
Apesar do anúncio de saída, Azevedo e
Silva não justificou o motivo para deixar o Ministério da Defesa no governo. Ele foi anunciado
por Bolsonaro ainda em 2018, durante o governo de transição. Antes de ser
ministro, ele era assessor do então presidente ministro do Supremo Tribunal
Federal, Dias Toffoli.
Horas depois do anuncio da saída, no
entanto, o jornal Folha de S. Paulo noticiou que Bolsonaro decidiu demitir o
ministro da Defesa, porque estava insatisfeito com o afastamento do serviço ativo das Forças
Armadas do governo.
Reforma ministerial
Pressionado pelo Congresso, o
presidente Jair Bolsonaro fez nesta segunda-feira (29) a sua primeira reforma ministerial após mais de dois anos de governo.
De uma única vez, fez seis mudanças em alguns dos seus principais ministérios
e sacramentou a entrada do Centrão no Palácio do Planalto.
Em nota, a Presidência da República
confirmou a nomeação da deputada Flávia Arruda (PL-DF) na Secretaria de Governo, responsável pela articulação
política junto ao parlamento. Flávia é integrante do PL, comandado por Valdemar Costa Neto, um dos principais líderes do Centrão.
Ela substitui Luiz Eduardo Ramos, que será transferido para a Casa Civil. Com a troca, Walter Braga Netto irá para o Ministério da Defesa.
Além disso, o delegado da Polícia
Federal Anderson Gustavo Torres assume o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Assim, André Mendonça vai para a Advocacia-Geral da União.
Em outra troca, o embaixador Carlos
Alberto Franco França assumirá o comando do Ministério de Relações Exteriores.
Mais cedo, o governo já havia recebido a demissão de Ernesto Araújo, do Ministério das Relações
Exteriores, e de José Levi, da AGU. Já o ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, teve a saída pedida pelo
próprio presidente Jair Bolsonaro.
Confira o que mudou
na reforma ministerial do governo Bolsonaro
Secretaria de
Governo
·
Sai: General Luiz
Eduardo Ramos
·
Assume: Deputada Flávia Arruda (PL-DF)
Casa Civil
·
Sai: General
Walter Souza Braga Netto
·
Assume: General Luiz Eduardo Ramos
Ministério da
Defesa
·
Sai: General
Fernando de Azevedo e Silva
·
Assume: General Walter Souza Braga Netto
Ministério das
Relações Exteriores
·
Sai: Ernesto
Araújo
·
Assume: Carlos Alberto Franco França
Ministério da
Justiça
·
Sai: André Mendonça
·
Assume: Delegado da PF Anderson Gustavo Torres
AGU
(Advocacia-Geral da União)
·
Sai: José Levi
·
Assume: André
Mendonça
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