17 de fevereiro de 2021
Demissões em massa e a precarização da vida no Grande ABC Paulista
Comitê Regional do
PCB de São Paulo
Nas últimas semanas,
trabalhadores do ABC foram surpreendidos pelo anúncio de demissão de mais de
200 operários na Arteb em São Bernardo, com previsão de dispensa de até metade
dos 800 funcionários da empresa, que tinha como principal cliente a Ford, que
recentemente fechou todas suas fábricas no país. Outra fábrica que fechou as
portas, dessa vez em Diadema, foi a Nakata, empresa com mais de 65 anos de
atuação, que com o seu fechamento resultou na demissão de aproximadamente 225
funcionários.
Estes eventos
reafirmam um processo que ocorre no ABC desde a década de 1980 e vem se
aprofundando nos últimos anos: o fechamento de indústrias e a extinção de
milhares de empregos para os operários da região, precarizando diretamente a
vida da classe trabalhadora nas sete cidades, um reflexo da desastrosa política
neoliberal de Temer intensificada por Bolsonaro, Guedes e Mourão, que afeta cada
vez mais os brasileiros, principalmente aqueles mais de 64 milhões que estão
agora desassistidos com o corte do auxílio emergencial.
Estes episódios demonstram o processo de desindustrialização do Brasil que afeta a capacidade de produção nacional, consequentemente os empregos dos trabalhadores e a qualidade de vida dos assalariados. Mesmo o projeto de industrialização subordinada, realizado no século XX com ampla participação do capital estrangeiro, vem sendo desmontado enquanto o país avança a passos largos para se tornar apenas um grande produtor de mercadorias agrícolas, perdendo capacidade de gerar empregos que paguem melhor aos trabalhadores e de desenvolver ciência e tecnologia, ficando dependente de outros países para conseguir tecnologias como celulares, máquinas e até insumos básicos, como seringas.
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Um exemplo explícito dessa situação é a incapacidade do Brasil de produzir as suas próprias vacinas em maior escala, causando tremendo ônus aos brasileiros, que devem esperar muito mais pela vacinação do que outros países, como China e Cuba, que já tem plano de vacinação para toda a população e para os turistas também. Notícias como as demissões em massa e os fechamentos de grandes fábricas e dos postos de trabalho na região e no país continuarão sendo comuns e cada vez mais recorrentes enquanto vivermos sob o sistema capitalista.
A única saída para
haver trabalho e comida na mesa de todas as famílias trabalhadoras, sob
condições dignas de vida, é a organização da classe trabalhadora em prol da
construção de uma sociedade socialista, que tenha como prioridade as
necessidades humanas e o fim da exploração. Só com a organização popular somos
capazes de garantir que trabalhadores, como os que foram demitidos da ARTEB e
Nakata, mantenham seus empregos e não virem estatística.
Para o problema do
desemprego nós propomos a criação de frentes de trabalho urbanas e rurais e a
realização de concursos públicos e ainda, contra a miséria e a fome devemos
lutar pelo retorno do auxílio emergencial. Chega de desemprego, chega de
precariedade!
PELAS FRENTES DE
TRABALHO RURAIS E URBANAS E REALIZAÇÃO DE CONCURSOS PÚBLICOS!
CHEGA DE DESEMPREGO!
VOLTA AUXÍLIO
EMERGENCIAL!
FORA BOLSONARO, FORA
MOURÃO!
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