Comitê Regional do PCB-RJ
Urge a unidade
classista!
Os números recentes
da pandemia são impactantes: enquanto o mundo ultrapassou o número de 1.800.000
pessoas mortas por COVID-19, registramos no Brasil e no Rio de Janeiro um aumento
preocupante no número de casos confirmados e internações pela doença.
Nas últimas semanas,
assistimos a um avanço nas infecções entre jovens e a sobrecarga das unidades
de saúde, que já ultrapassam o seu limite: 91% dos leitos de UTI destinados a
Covid-19 estão ocupados na cidade do Rio de Janeiro, mais de 100 pessoas
aguardam transferência para leitos hospitalares destinados para atendimento a
COVID-19 na capital e na Baixada Fluminense.
Há nos últimos meses
também um elevado número de mortes que ocorreram nos domicílios e logradouros
públicos, chamando a atenção para o grau de desassistência em saúde que nosso
povo enfrenta. No Rio de Janeiro também ocorre um excesso de mortalidade das
diversas formas de câncer e também as provocadas por doenças nutricionais e
metabólicas. Muitas dessas pessoas enfrentam dificuldade para manter seus
acompanhamentos de rotina, considerando a sobrecarga do sistema de saúde.
Na esfera federal, o
discurso genocida do governo Bolsonaro deliberadamente segue atacando e impedindo
o fortalecimento de políticas públicas na área da saúde, além de implementar
medidas de austeridade fiscal que avançam com o sucateamento do SUS.
No RJ houve tanto no
primeiro quanto no segundo semestre de 2020 demissões em massa de trabalhadores
dos hospitais da rede federal em plena pandemia! Mais de 3400 trabalhadores do
setor, dos hospitais e institutos federais não estão mais na linha de frente
para atender a população.
O resultado deste
processo deliberado de privatização e sucateamento do SUS, desvalorização e
desrespeito aos trabalhadores servidores e terceirizados do setor recai tanto
sob estes trabalhadores quanto a população carioca. Na medida que avança a
pandemia de COVID-19, são reveladas também as contradições da assistência à
saúde pública que convive com a iniciativa privada e com intensos processos de
desmonte em todos os seus níveis de atenção, da atenção primária, da atenção
psicossocial, até a rede de urgência e emergência.
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Apesar de o SUS
cumprir um papel essencial no combate à pandemia de COVID-19, políticas
implementadas a nível municipal, estadual e federal seguem acelerando o seu
sucateamento. Em vez de fortalecer a importância do sistema público de saúde e
garantir condições dignas de trabalho, de moradia e de assistência, os governos,
contrários à defesa da saúde enquanto direito universal, operam a privatização
e a precarização da saúde pública.
Exemplos destas
políticas de morte produzidas por governos empresariais e de partidos da ordem,
capitalistas, são muitos como o incêndio ocorrido no ano passado no Hospital
Federal de Bonsucesso por falta de manutenção, a precarização da rede de
atenção psicossocial, a insuficiente cobertura da rede de atenção primária à
saúde e a falta de insumos e medicamentos em diversas unidades de saúde. É
iminente o colapso da saúde pública.
Apesar de uma suposta
aproximação de setores progressistas da saúde, sua gestão já mostrou para o que
veio, seguindo a linha do seu partido liberal empresarial e elitista, prometeu
medidas de austeridade fiscal e contrarreforma da previdência para a retirada
de direitos dos servidores públicos, nomeou inicialmente um conservador para a
superintendência de saúde mental, fechou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
de Manguinhos do dia para a noite deixando moradores de diversos territórios
sem atendimento em plena pandemia, publicou em diário oficial reabertura para a
entrada de Organizações sociais e está dando espaço para representantes do
Complexo Médico-Industrial da saúde, prometendo contribuir para o avanço da
privatização dos serviços públicos e contínuo ataque aos direitos dos trabalhadores
do SUS.
O atual momento da
crise sanitária exige a adoção imediata de medidas restritivas às atividades
que geram aglomeração, o investimento público robusto e necessário nas unidades
de saúde pública e o respeito e valorização dos trabalhadores do SUS. A saúde
pública é uma pauta prioritária para a garantia da vida da classe trabalhadora!
É preciso avançar na
formulação de um plano para enfrentamento da COVID-19 que seja pautado em
aspectos técnico-científicos orientado por vulnerabilidades econômicas, sociais
e sanitárias para o fortalecimento do SUS integral, público e universal. É
urgente que novas vagas de internação e leitos de terapia intensiva sejam
abertos em unidades públicas de saúde, com reforço de insumos, equipamentos de
proteção individual e garantia de adequadas condições de trabalho e remuneração
para os trabalhadores em saúde.
É urgente que a
prefeitura e o governo do Estado do Rio de Janeiro adotem medidas econômicas,
sociais e sanitárias para a contenção da pandemia e que valorizem os
trabalhadores que estão na linha de frente, incluindo o pagamento dos salários
e o fornecimento de condições dignas e adequadas para a realização do trabalho.
É urgente a
reabertura da UPA de Manguinhos pela prefeitura do Rio de Janeiro, assim como a
imediata recontratação dos trabalhadores demitidos e estruturação adequada da
unidade para atendimento da população! É inadmissível que qualquer equipamento
público de saúde seja fechado em plena pandemia deixando a população
trabalhadora em ainda maior sofrimento!
O Partido Comunista
Brasileiro (PCB) se coloca ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras usuários
do SUS e profissionais da saúde pública, terceirizados e servidores, que neste
momento estão mobilizados para a reivindicação dos seus direitos. Não é
possível conciliar com empresários privatistas que se travestem de gestores da
saúde pública. Sem respeito aos usuários, trabalhadores e trabalhadoras, não há
política pública que acolha e atenda as necessidades da população. A unidade
classista dos trabalhadores, profissionais e usuários do SUS, é fundamental!
Não é um problema de gestão a precarização do SUS, é um projeto das classes
dominantes e que precisa ser enfrentado coletivamente!
A vida precisa estar
acima dos lucros!
Pelo poder popular e
rumo ao socialismo!
PCB-RJ
EM TEMPO: Evidentemente que essa situação da saúde pública no Rio de Janeiro se repete em todo o Brasil.
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