Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino |
Yahoo Notícias, 7 de agosto de 2020
O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, depositou ao menos 21 cheques para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, fato que contraria a versão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de que Queiroz teria pago um único cheque à sua mulher. Os pagamentos datam desde 2011. As informações são da Revista Crusoé.
A publicação teve acesso à quebra de
sigilo bancário de Queiroz autorizada pela Justiça na investigação do suposto
esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro, enquanto ele
ainda cumpria mandato de deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Os extratos detalham
as movimentações do ex-assessor para Michelle, que totalizam R$ 72.000 entre
2011 e 2018.
Quando a informação de que Queiroz
havia depositado um cheque de R$ 24.000 para Michelle veio à tona, ainda no fim
de 2018, Bolsonaro afirmou que se tratava do pagamento de um empréstimo que ele
tinha feito para o ex-assessor de Flávio, no valor de R$ 40.000.
O depósito do cheque consta num
relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que listou
o pagamento a Michelle entre movimentações atípicas que somam R$ 1,2 milhão na
conta de Queiroz. O documento foi utilizado pelo MPF (Ministério Público
Federal) à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que chegou a
prender dez deputados estaduais da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro).
Flávio admite que Queiroz pagava suas contas
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O senador Flávio Bolsonaro admitiu
pela primeira vez, no último dia 5, que seu ex-assessor Fabrício Queiroz pagava
suas contas pessoais, conforme mostrou investigação do Ministério Público do
Rio. Segundo ele, a origem dos recursos é lícita, sem relação com os possíveis
desvios investigados em seu antigo gabinete na Alerj.
Em entrevista exclusiva ao Globo, o
filho do presidente deu sua versão sobre os principais indícios obtidos até
agora pelo MP sobre o suposto esquema de rachadinha, como a compra de imóveis
com parcela paga por um amigo. Ele também respondeu sobre o fato de Queiroz ter
sido preso enquanto estava abrigado na casa de Frederic Wassef, que defendia
Flávio no caso.
“Pode ser que, por ventura eu tenha
mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para
ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de
esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que
vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma
conta para mim no banco?", questionou o senador.
EM TEMPO: É muito difícil, senão impossível, numa sociedade capitalista onde tudo gira em torno do dinheiro e do lucro privado, não ter esquema, milícia, corrupção, etc. Algumas pessoas, que se dizem apolíticas, combatem a corrupção, mas não perdem a oportunidade de obterem algumas vantagens através do pagamento de propina. Agora durmam com essa bronca.
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