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Notícias, 31 de agosto de 2020
Adriano era acusado de ser o chefe de um grupo criminoso formado por matadores de aluguel, que ficou conhecido como Escritório do Crime (Foto: Divulgação / Policia Civil)
A ex-assessora parlamentar Raimunda Veras Magalhães, mãe do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em fevereiro deste ano, repassou valores a contas vinculadas ao ex-assessor Fabrício Queiroz que chegam a R$ 64.730,00.
Adriano era acusado de ser o chefe de um grupo criminoso formado por matadores de aluguel, que ficou conhecido como Escritório do Crime, que é investigado por suspeita de envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, que obteve acesso ao conteúdo de quatro contas de Raimunda, a ex-assessora tinha um rotina padrão entre saques, movimentações entre contas, repasses diretos a Queiroz.
Os valores depositados coincidiam com datas e recebimentos dos salários do funcionários do gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro, investigado no caso das rachadinhas, que consiste no repasse, por parte de um servidor público ou prestador de serviços da administração, de parte de sua remuneração a políticos e assessores. Neste caso, o MP aponta Flávio e Queiroz como suspeitos de organizar o esquema de rachadinhas em seu gabinete na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
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Raimunda foi empregada como assessora parlamentar entre 2015 a 2018, vinculada ao gabinete de Flávio Bolsonaro, atual senador pelo Republicanos do Rio, e as operações financeiras realizadas por ela têm proximidade de períodos e cifras com operações suspeitas realizadas em contas de Flávio Bolsonaro, de Queiroz e de outros investigados. Segundo o Estadão, quatro depósitos são nominais e saíram da conta do Itaú Unibanco, em que ela recebia os vencimentos da Alerj. Uma transferência é de julho de 2016, valor de R$ 4.600,00. As demais, em 2018: R$ 4.500,00, em 2 de março, R$ 4.150,00, em 2 de maio, e R$ 6.000,00, em 1º de outubro.
Funcionários
fantasma
Raimunda Magalhães e Danielle Mendonça Magalhães da Nóbrega, a ex-mulher de Adriano, eram parte do núcleo diretamente ligado a Queiroz, da suposta organização criminosa no gabinete de Flávio, apontada pelo Ministério Público (MP). Segundo o órgão, o grupo em questão seria responsável pela movimentação de R$ 2 milhões dos desvios apurados até agora. Para o Ministério Público (MP), a “predominância de depósitos e saques de dinheiro em espécie na conta corrente do investigado Fabrício Queiroz tinha como finalidade ocultar os rastros do dinheiro no sistema financeiro”. Ou seja, ocultar as origens e os destinos dos recursos que transitaram pela conta bancária.
Os investigadores sustentam nos autos que Raimunda e Danielle eram servidoras fantasmas. Ou seja, devolviam quase a totalidade dos valores recebidos. De acordo com o Estadão, a defesa de Fabrício Queiroz esclarece que todas as transações efetuadas serão amplamente explicadas em instrução processual de uma eventual ação penal. Já os advogados de Flávio alegam que o senador é inocente e não praticou qualquer irregularidade. A defesa de Adriano da Nóbrega afirmou que os promotores não apresentaram provas das “supostas infrações penais (organização criminosa, homicídio e corrupção ativa)” narradas e classifica a acusação de “esquizofrênica”.
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