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(Foto: Reuters) |
ADRIANO MANEO. Folhapress, 12 de agosto de 2020
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Anunciada
nesta terça (11) como candidata a vice-presidente de Joe Biden na corrida pela
Presidência dos EUA, a senadora pela Califórnia Kamala Harris culpou o presidente
brasileiro, Jair Bolsonaro, pelas queimadas na Amazônia em
2019 e afirmou que ele deveria responder pela devastação.
Em sua conta no Twitter, Kamala publicou
em três dias diferentes de agosto do ano passado questionamentos sobre a
postura de Bolsonaro em relação aos incêndios e defendeu que os Estados Unidos
suspendessem negociações de acordos comerciais com o Brasil. Nos primeiros oito meses da gestão de Jair
Bolsonado, o Brasil havia registrado o maior número de incêndios para o mesmo
período desde 2010. Em agosto, o pior mês da década até então, as queimadas na
Amazônia tiveram ampla repercussão internacional.
No dia 23 de agosto, Kamala Harris tuitou que Bolsonaro deveria "responder
pela devastação".
Segundo ela, a Amazônia "gera 20% do oxigênio do planeta e é o lar de 1
milhão de indígenas." "Qualquer destruição afeta a todos nós",
escreveu. Em 24 de agosto, Kamala insistiu no tema, afirmando que Bolsonaro era similar a
Trump e não agia contra garimpeiros e madeireiros que destruíam a terra. A senadora ligou o assunto à negociação de um acordo comercial que acontecia
entre os dois países naquele momento, afirmando que Trump não deveria tratar do
tema até que Bolsonaro revertesse "as políticas catastróficas" e
lidasse com os incêndios. "Precisamos da liderança americana para salvar o planeta", escreveu a
senadora.
Três dias depois, em 27 de agosto, ela afirmou que o presidente brasileiro
"encorajou ativamente os incêndios e recusou ajuda do G7 para
combatê-los". Na ocasião, Bolsonaro chamou de esmola a ajuda de US$ 20 milhões de dólares (R$
108,5 milhões) oferecida pelos países do G7 e anunciada pelo presidente da
França, Emmanuel Macron. Segundo ela, Trump prometeu total apoio ao presidente brasileiro e afirmou que
o americano falhou "em um momento que o planeta depende da liderança
americana".
Também em agosto do ano passado, Joe Biden afirmou no Twitter que uma ação
global era necessária para impedir a destruição da Amazônia "antes que
seja tarde demais".
A defesa do meio ambiente é uma bandeira fundamental do democrata.
Em seu plano de governo, ele promete investir US$ 2 trilhões (R$ 10,85
trilhões) em um plano ambicioso de combate às mudanças climáticas com projetos
de infraestrutura em energia limpa nos setores de transporte, energia e
construção civil ao longo de quatro anos. Segundo Biden, a meta é zerar em 15 anos as emissões de carbono provenientes do
setor elétrico no país e gerar empregos na área de energia limpa.
A escolha Kamala Harris para vice na chapa com Joe Biden uniu o perfil de dois
grupos de eleitores que serão determinantes na disputa de 3 de novembro:
mulheres e negros. É a primeira vez que uma mulher negra concorre à vice-Presidência nos EUA -e
também a primeira vez que uma candidata tem origem indiana. Aos 55 anos, Kamala é senadora desde 2017, foi procuradora na Califórnia de
2004 a 2011 e concorreu pela nomeação democrata à Presidência dos EUA,
inclusive contra Biden, com quem travou um duro embate em junho do ano passado.
Filha de imigrantes divorciados -uma pesquisadora da Índia e um professor da Jamaica,
ambos engajados no movimento pelos direitos civis-, Kamala aposta justamente no
seu apelo entre progressistas e moderados para tentar catalizar o amplo arco de
eleitores de que Biden precisa para vencer Trump.
Em seu primeiro mandato como senadora, é hoje a mais conhecida entre as
mulheres negras na política americana -a única no Senado-, com posições
críticas ao presidente e bandeiras que vão desde a reforma da polícia até o
corte de impostos da classe média.
EM
TEMPO: Cada dia que se passa vai aumentando o cerco a Bolsonaro. O Clã
Bolsonaro tende a ficar sem o seu ídolo Trump. E agora, vão paparicar quem?
Afinal, só vai restar o maluco e guru dos bolsonaristas Olavo de Carvalho.
Agora durmam com essa bronca.
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