Veja.com - Mariana Zylberkan
© Facebook/Reprodução O presidente Jair Bolsonaro segura um comprimido de hidroxicloroquina
O Exército tem um
estoque 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina que está aguardando destinação desde a ordem do
presidente da República, Jair Bolsonaro, para aumentar a
produção do medicamento, que ainda não tem comprovação científica no tratamento
contra o coronavírus.
Em entrevista no
fim de junho, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, informou
que havia disponibilizado 1 milhão de comprimidos ao Ministério da Saúde e que
não houve mais demanda para envio de novas remessas do medicamento, o que
deixou os estoques de cloroquina lotados. De acordo com dados do Ministério da
Saúde, foram distribuídos 4,3 milhões de comprimidos aos estados desde o início
da pandemia, menos da metade da quantidade do antiviral osetalmivir,
comercializado como a marca Tamiflu, distribuída, que foi de 11 milhões. A
produção extra do Exército representou cerca de 25% do montante de cloroquina
distribuído.
De acordo com a
Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), o país tem
demanda de cerca de 100.000 comprimidos de cloroquina por mês, destinados a
pacientes de uso contínuo para tratar doenças como lúpus e artrite reumatóide.
O Tribunal de
Contas da União (TCU) abriu investigação para analisar a compra de
matéria-prima importada da Índia com valor elevado, devido à alta na procura,
para a produção extra de cloroquina pelo Laboratório do Exército. De acordo com
o órgão, houve aumento de 84 vezes na produção neste ano em comparação com o
mesmo período nos anos de 2017 a 2019.
Desde a confirmação
de ter contraído a Covid-19, Bolsonaro tem enaltecido a cloroquina durante o
seu tratamento. Em vídeo divulgado nas redes sociais na terça-feira 7, o
presidente aparece tomando um comprimido e defendendo o seu uso contra a
doença. “Estou tomando aqui a terceira dose da hidroxicloroquina. Estou me
sentindo muito bem, estava mais ou menos mal no domingo, mal na segunda-feira e
hoje estou muito melhor do que sábado. Então, com toda certeza, está dando
certo”, disse. “Eu confio na hidroxicloroquina, e você?”, continuou.
EM TEMPO: Antes, o Bolsonaro escondia o resultado dos exames. Hoje, divulga e faz propaganda da cloroquina. Afinal, ele estava infectado antes e escondia e, hoje, não está infectado e divulga que sim. Devido ao seu comportamento doentio, fica a dúvida. Agora durmam com essa bronca, mas não levem Bolsonaro para casa para concluir sua recuperação, senão ele poderá contaminar as pessoas seja pelo vírus, seja pelo ódio.
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