quarta-feira, 8 de julho de 2020

Exército tem cerca de 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina em estoque


Veja.com - Mariana Zylberkan

© Facebook/Reprodução O presidente Jair Bolsonaro segura um comprimido de hidroxicloroquina

O Exército tem um estoque 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina que está aguardando destinação desde a ordem do presidente da República, Jair Bolsonaro, para aumentar a produção do medicamento, que ainda não tem comprovação científica no tratamento contra o coronavírus.

Em entrevista no fim de junho, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, informou que havia disponibilizado 1 milhão de comprimidos ao Ministério da Saúde e que não houve mais demanda para envio de novas remessas do medicamento, o que deixou os estoques de cloroquina lotados. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram distribuídos 4,3 milhões de comprimidos aos estados desde o início da pandemia, menos da metade da quantidade do antiviral osetalmivir, comercializado como a marca Tamiflu, distribuída, que foi de 11 milhões. A produção extra do Exército representou cerca de 25% do montante de cloroquina distribuído.

De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), o país tem demanda de cerca de 100.000 comprimidos de cloroquina por mês, destinados a pacientes de uso contínuo para tratar doenças como lúpus e artrite reumatóide.

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação para analisar a compra de matéria-prima importada da Índia com valor elevado, devido à alta na procura, para a produção extra de cloroquina pelo Laboratório do Exército. De acordo com o órgão, houve aumento de 84 vezes na produção neste ano em comparação com o mesmo período nos anos de 2017 a 2019.

Desde a confirmação de ter contraído a Covid-19, Bolsonaro tem enaltecido a cloroquina durante o seu tratamento. Em vídeo divulgado nas redes sociais na terça-feira 7, o presidente aparece tomando um comprimido e defendendo o seu uso contra a doença. “Estou tomando aqui a terceira dose da hidroxicloroquina. Estou me sentindo muito bem, estava mais ou menos mal no domingo, mal na segunda-feira e hoje estou muito melhor do que sábado. Então, com toda certeza, está dando certo”, disse. “Eu confio na hidroxicloroquina, e você?”, continuou.

EM TEMPO: Antes, o Bolsonaro escondia o resultado dos exames. Hoje, divulga e faz propaganda da cloroquina. Afinal, ele estava infectado antes e escondia e, hoje,  não está infectado e divulga que sim. Devido ao seu comportamento doentio, fica a dúvida. Agora durmam com essa bronca, mas não levem Bolsonaro para casa para concluir sua recuperação, senão ele poderá contaminar as pessoas seja pelo vírus, seja pelo ódio. 


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