Correio Braziliense - Maíra Nunes
© Isac Nóbrega/PRA.
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brasileira está desgastada mundo afora. Nos Estados Unidos, um relatório
produzido para o Congresso norte-americano expressou preocupação sobre ameaças
do governo do presidente Jair Bolsonaro à democracia, ao Estado de Direito, aos
direitos humanos e ao meio ambiente no Brasil.
"Desde que assumiu o cargo, o presidente continua celebrando a ditadura militar brasileira e seus filhos - que desempenham um papel influente em seu governo - questionaram a democracia e sugeriram medidas autoritárias em determinadas circunstâncias", descreve o documento intitulado Brasil: Histórico e Relações com os EUA. Autor do relatório, atualizado no último domingo (6/7), o especialista em América Latina Peter J. Meyer, do Serviço de Pesquisa do Congresso, também ressalta a participação de Bolsonaro em manifestações de apoiadores do presidente que pediram aos militares que fechassem o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Outro trecho do texto descreve que Bolsonaro também exerceu influência política sobre as agências policiais, dificultando investigações e questionando a independência das instituições brasileiras. E levanta ainda sérias preocupações sobre o risco aos direitos humanos no Brasil. "Bolsonaro tomou medidas para enfraquecer a imprensa, exercer controle sobre ONGs e reverter os direitos anteriormente concedidos a grupos marginalizados", lista Meyer.
O especialista
pondera que muitas dessas medidas foram impedidas pelo Congresso e pelo
judiciário brasileiro, mas adverte que as declarações e ações do presidente
brasileiro alimentam ataques contra jornalistas, ativistas e comunidades indígenas
e quilombolas.
Preocupação com o meio ambiente
Além do risco à
democracia e aos direitos humanos, o documento chama atenção para as políticas
ambientais que o governo brasileiro vem adotando, por "ameaçarem a
Amazônia e os esforços globais para mitigar as mudanças climáticas".
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Para contextualizar
os dados sobre os prejuízos recentes ao meio ambiente, o relatório usou dados
da pesquisa Negócios como de costume: um ressurgimento do desmatamento na
Amazônia brasileira, de 2017. Esforços de conservação pública e privada do
Brasil, combinados a fatores econômicos que tornaram exportações de commodities
agrícolas menos rentáveis, levaram a um declínio de 83% no desmatamento da
Amazônia Legal entre 2004 e 2012.
Nos últimos anos,
porém, o desmatamento tem aumentado. De menos de 1.765 milhas quadradas em
2012, subiu para 3.911 milhas quadradas entre julho de 2018 a junho de
2019.
Analistas
vincularam o aumento de desmatamento a uma série de reversões de políticas que
cortaram fundos para a aplicação ambiental, reduziram o tamanho das áreas
protegidas e relaxaram os requisitos de conservação", aponta o relatório
do Serviço de Pesquisa americano.
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