Correio Braziliense - Luiz Calcagno
© Evaristo Sá/AFPO.
PSol pediu a
inclusão do presidente da República, Jair Bolsonaro, no inquérito que investiga
as manifestações antidemocráticas. O pedido é de 4 de maio e consta nos autos.
O Correio teve acesso
ao inquérito sigiloso com exclusividade. O pedido é assinado pela líder do
partido na Câmara, Fernanda Melchionna, e outros parlamentares da legenda.
Mas esse não é o
primeiro da agremiação, já que havia um de 22 de abril no mesmo sentido.
Deputados do PT e o líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
também estão entre os que solicitaram a inclusão do chefe do Executivo nas
investigações.
O pedido do Psol destaca que os atos passaram a ocorrer com mais intensidade no período de pandemia de coronavírus, descumprindo determinações científicas e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre as
manifestações, o partido destacou a que o presidente deixa o Palácio do
Planalto para falar com manifestantes no período em que ainda aguardava o
resultado dos exames de coronavírus. Sem saber se estava, ou não, contaminado,
o presidente compareceu ao ato sem máscara e apertou a mão de diversos
apoiadores.
Redes sociais
O pedido do PSol
também cita manifestações de Bolsonaro nas redes sociais. "O Presidente da
República ampliou suas agressões e desafios contra as instituições brasileiras.
Mais uma vez, deliberadamente, aumenta o nível de instabilidade política no país,
afrontando o ordenamento, as confrontando as instituições e avançando, cada dia
mais um pouco, em sua sanha autoritária e antidemocrática, até agora
impune", argumenta o PSol.
Continue lendo
"O Sr. Jair
Messias Bolsonaro declarou, em fala transmitida nas redes sociais, que tem 'as
Forças Armadas ao lado do povo' e que 'não vai acertar mais interferência', em
referência às recentes decisões do Supremo Tribunal Federal. Afirmou, ainda, que pede a 'Deus que não
tenhamos problemas nesta semana, porque chegamos no limite', numa
evidente ameaça aos demais Poderes da República", prossegue a argumentação.
Imprensa
Outro ponto de
destaque na petição são os ataques de Bolsonaro à imprensa. "Levantamento
feito pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) mostra que nos primeiros
quatro meses de 2020 o Presidente da República investiu contra a imprensa 179
vezes, 38 delas só em abril. Ou seja, a postura violenta e antidemocrática do
Sr. Jair Bolsonaro é algo sistemático e incentiva episódios de violência",
afirma o documento.
O partido se queixa ao STF da omissão quanto a inclusão de Bolsonaro no inquérito, tendo em vista o incentivo do presidente a esses atos. "O Presidente, como visto, vem participando, incitando, estimulando e apoiando manifestações explicitamente autoritárias e, a toda evidência, criminosas. Infelizmente, manifestações públicas de apoio a um dos períodos mais tristes da história brasileira são freqüentes por parte do Presidente e de seus aliados", afirma o texto.
"São comportamentos reiterados e permanentes de afronta à Carta Magna. A presença do presidente da República no âmbito das investigações é elemento central para o entendimento e os esclarecimentos do complexo do modus operandi da organização e realização das manifestações de 19 de abril e de 03 de maio. Certamente, portanto, a inclusão do Presidente no rol dos investigados é elemento que permitirá a completa persecutio críminis", argumentou a legenda.
EM TEMPO: Esse Bolsonaro é de índole maligna e doente, pois só pensa em fazer confusão (ao invés de procurar trabalhar) e dar espetáculo. Mas, diminuiu bastante suas ações antidemocráticas depois que o Queiroz foi preso. Mas, tem mais gente. Agora durmam com essa bronca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário