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ISTO É - Da Redação
De acordo com
informações da Folha de S. Paulo, o governo de Jair Bolsonaro veiculou
publicidade sobre a reforma da previdência em sites de fake news, de jogo do
bicho, infantis, em russo e em canais do YouTube que promove o presidente da
República.
As informações
constam nas planilhas enviadas pela Secom (Secretária Especial de Comunicação
da Presidência) por determinação da Controladoria Geral da União, por conta de
um pedido por meio do Serviço de Informação ao Cidadão. Ainda segundo a
Folha, a Secom contrata agências de publicidade que compram espaços por meio do
Google Adsense para veicular campanhas em sites, canais do YouTube e
aplicativos para celular.
Neste sábado (9),
após a publicação da reportagem da Folha de S. Paulo, o senador Alessandro
Vieira, da bancada do Cidadania e outros senadores do grupo chamado Muda Senado
entraram com uma representação por improbidade contra a Secom. O grupo ainda
apresenta um pedido de convocação do secretário Fábio Wajngarten para
esclarecimentos. De acordo com as
planilhas do Secom, que são disponibilizadas no site de Acesso à Informação do
governo federal, dos 20 canais do YouTube que mais veicularam impressões da
campanha da Nova Presidência, 14 são primordialmente destinados ao público
infanto-juvenil.
Em novembro de
2019, foi pedido à Secom, por meio do Serviço de Informação ao Cidadão, um
relatório de canais nos quais os anúncios do governo federal contratados
através da plataforma Google Ads foram exibidos. A Secom chegou a
negar duas vezes o pedido. Porém, após recursos, o CGU determinou que a Secom
deveria disponibilizar o relatório pedido no prazo de 60 dias, a partir da
notificação da decisão.
Segundo a Folha de
S. Paulo ainda as planilhas devem ser encaminhadas à CPMI das Fake News nos
próximos dias. Os documentos não especificam o total gasto pela Secom os
anúncios. Em maio do ano passado, a secretaria informou que gastaria R$ 37
milhões em inserções publicitárias sobre a reforma da Previdência, em
televisão, internet, jornais, rádio, mídias sociais e painéis em aeroportos.
Outra publicação
que recebeu valores de anúncios com dinheiro público foi um site de resultados
do jogo do bicho, que é ilegal no Brasil e que teria recebido 319.082 anúncios,
segundo planilha da Secom. Sites de fake news também receberam muitos cliques, além
de verba de anúncios do governo. Um deles recebeu 66.431 anúncios.
A Secom relata nas
planilhas também gastos com anúncios veiculados em sites e canais que promovem
o presidente da República Jair Bolsonaro. No Bolsonaro TV, por exemplo, que se
descreve como “canal dedicado em apoiar o presidente da República, Jair Messias
Bolsonaro”, houve 5.067 impressões, segundo a planilha.
O canal de YouTube
‘Terça Livre TV’, que pertence ao blogueiro Allan dos Santos, consta também na
planilha da Secom de veículos que receberam anúncios do governo. Segundo o
documento, foram 1.447 anúncios no canal.
A Folha informa que
para Manoel Galdino, diretor executivo da Transparência Brasil, o “governo está
remunerando atividades criminosas”. “segundo a Constituição, a propaganda do
governo precisa seguir a moralidade, o que não inclui incentivas atividades antiéticas,
como fake news, ou ilegais, como o jogo do bicho”, disse.
Por fim, o jornal
diz que o senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da CPMI das Fake News,
por meio de sua assessoria, afirmou que não iria comentar o assunto porque “não
recebeu e não conhece as informações”.
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