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CORREIO BRAZILIENSE - Renato Souza
O presidente Jair Bolsonaro avalia remover o
general Edson Leal Pujol do
comando do Exército. A intenção, de acordo com fontes no governo, seria dar
lugar a um militar mais fiel a ele, como o general Luiz Eduardo Ramos, atual
ministro-chefe da Secretaria de Governo. A informação, que começou a circular
neste domingo (3/5), em Brasília, gera apreensão nas Forças Armadas.
O presidente
estaria descontente com algumas ações do militar, como seus pedidos para que os
brasileiros mantenham o distanciamento social em razão da pandemia de
coronavírus e de seu escasso alinhamento com interesses do Planalto.
A eventual
substituição de Pujol deixaria de lado diversas regras comuns do meio, como a
alçada ao posto de comandante de militares mais antigos, como uma grande
quantidade de títulos e que leva em consideração a hierarquia. Fontes ouvidas
pelo Correio, tanto de
militares que integram o Executivo, quanto de integrantes das três forças que
estão alheios as relações políticas, avaliam que a possibilidade disso ocorrer
"é muito difícil", mas se colocada em prática encontraria grande
reprovação.
Mesmo não sendo dos
militares mais aceitos pelos generais do alto comando do Exército, a saída de
Pujol para dar lugar a um nome mais próximo do Planalto seria visto como uma
interferência sem precedentes. "As Forças Armadas são instituições de
Estado, e que estão alheias a disputas políticas. O presidente tem o poder para
trocar o comandante, mas sabe que não deve fazer isso sem um forte motivo
durante seu mandato. Esse motivo poderia por doença, falecimento ou à pedido.
Mas nunca por jogada política", avalia um militar da cúpula do Exército.
Em vídeos institucionais
publicados no site do Exército e canais das Forças Armadas, Pujol defendeu o
respeito a quarentena, e disse que a pandemia de coronavírus "é um dos
maiores desafios da nossa história". Na semana passada, Bolsonaro visitou
o Comando Militar do Sul, e ao estender a mão para cumprimentar Pujol, recebeu
de volta uma saudação de cotovelo, como determina as regras sanitárias para
evitar a propagação do novo coronavírus.
A mesma saudação se
seguiu por parte de todos os demais militares que recepcionaram o presidente,
tendo em vista que estão abaixo de Pujol na hierarquia e seguiam recomendações
do comandante. O ato, embora correto, não agradou o presidente. Neste domingo,
em frente ao Palácio do Planalto, o presidente disse aos manifestantes que tem
o apoio das Forças Armadas.
EM TEMPO: Não é só na PF que ele quer mandar. Bolsonaro nunca enganou ninguém. Indisciplinado que foi quando militar da ativa, deveria servir de alerta para os militares das Forças Armadas não o apoiarem. Apesar disso, hoje o Bolsonaro é muito dependente dos militares graduados. Sendo assim, o que os militares deveriam fazer era desembarcarem do governo Bolsonaro. Afinal, foi um grande erro que eles cometeram no início deste século XXI. Além do mais o Bolsonaro, de índole ditadorial e fascista, está se aproveitando da pandemia do COVID 19 para dar um auto-golpe desde que ele seja o "chefe supremo". Bolsonaro como gosta de se amostrar e dizer suas bravatas, quer que todo mundo fique lhe paparicando. Aí é demais. Não acha? Agora durmam com essa bronca.
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