Correio Braziliense
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Brasília/Reprodução Mandetta é
entrevistado pela jornalista do Correio Denise Rothenburg
Ao comentar a saída
de Nelson Teich do
Ministério da Saúde, provocada em grande parte
pela insistência do
presidente Jair Bolsonaro em
liberar o uso da cloroquina para
todos os pacientes com covid-19, o ex-titular da pasta Luiz Henrique Mandetta afirmou que a ciência
foi "politizada".
"Como eu
disse, a eficácia (da cloroquina) não é comprovada. Mas, como politizaram a ciência, o que estamos
vendo é a ciência política receitando a cloroquina", disse Mandetta, ao
ser entrevistado nesta sexta-feria (15/5) pela jornalista Denise Rotheburg no
programa CB.Poder, uma parceria do Correio
Braziliense com a TV Brasília (assista abaixo).
Segundo Mandetta, o
presidente Jair Bolsonaro busca passar a ideia de que há um remédio capaz de
combater o coronavírus para que a população se sinta segura e seja possível
afrouxar as medidas de isolamento social. "Ele (Bolsonaro) quer ter um
medicamento para as pessoas sentirem confiança, para retomar a economia. A
cloroquina, usada para malária, é a principal delas porque é barata. Tem outros
por aí, como o Ivomec, usado para gado, o Remdesivir, usado para a aids. Mas
nenhum com a eficácia comprovada", afirmou.
O ex-ministro
voltou a dizer também que a cloroquina não é um tratamento comprovadamente
eficaz contra a covid-19 e alertou que, por causar taquicardia com frequência,
é uma droga que traz riscos, especialmente para pessoas com problemas
cardíacos.
Tempo perdido
Na entrevista,
Mandetta disse que a saída de Teich passa a impressão que o país "perdeu um mês" de
luta contra o coronavírus e que a única ação prática do seu
sucessor foi exonerar uma equipe que vinha trabalhando para conter a pandemia.
O ex-ministro negou ainda que exista um plano para
que ele e Sergio Moro, outro ex-ministro de Bolsonaro, formem uma chapa nas
eleições de 2022.
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