Veja.com - Edoardo Ghirotto
© Leonardo
Hladczuk/MRE/Divulgação Ernesto
Araújo, o ministro das Relações Exteriores -
O chanceler Ernesto Araújo promoveu nova retaliação contra críticos
de sua gestão no Itamaraty. Na última semana, Araújo ordenou que
a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), órgão do Ministério das
Relações Exteriores voltado para pesquisas e divulgação, rompesse um contrato
de parceria técnica com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais
(Cebri), um think thank independente e suprapartidário
composto por diplomatas e acadêmicos de renome.
O motivo para o fim
da parceria foi uma carta divulgada no último dia 10 por 27 membros do Cebri,
entre eles o ex-chanceler Rubens Ricupero, os
ex-ministros Aldo Rebelo e Pedro Malan e os diplomatas Marcos Azambuja, Luiz
Augusto de Castro Neves e Roberto Abdenur. O documento expressava “grave e
urgente preocupação” com a condução da política externa brasileira e os
“prejuízos” que ela trouxe ao país.
Na semana seguinte
à divulgação da carta, a Funag entrou em contato com a direção do Cebri para
informar que um contrato de cooperação técnica assinado em 2017 seria rompido.
A parceria não previa o aporte de fundos, mas servia para que os dois centros
de estudo organizassem eventos e projetos de pesquisa em conjunto. O Cebri
também utilizava as dependências de prédios do Itamaraty para realizar
conferências.
Continue lendo
Continue lendo
Araújo tem
demonstrado maior irritação com os críticos desde que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se
uniu a Ricupero e a outros ex-chanceleres para divulgar um artigo com
questionamentos à gestão do Itamaraty e ao governo de Jair Bolsonaro.
O documento foi publicado em inglês e espanhol e teve ampla repercussão no
exterior. Fora do tom diplomático, Araújo declarou que o artigo fora escrito
por “paladinos da hipocrisia” e “figuras menores”.
Recentemente, o
jornal O Globo publicou uma reportagem em que mostra como a
Funag se transformou num think thank dedicado ao pensamento
conspiracionista do escritor Olavo de Carvalho, que foi
responsável pela indicação de Araújo ao Itamaraty. Sob a direção
de Roberto Goidanich, a Funag abriu espaço para blogueiros e militantes
bolsonaristas darem palestras em vez de professores e diplomatas.
EM TEMPO: O Brasil está muito mal representado por essa turma: Bolsonaro e seu clã, Ernesto Araújo, o guru da direita Olavo de Carvalho, a maioria dos militares com assento no governo, Damares, o atual Ministro da Justiça sendo advogado do governo, Aras da PGR, etc. Agora durmam com essa bronca e virose.
Nenhum comentário:
Postar um comentário