Veja.com - Thiago Bronzatto
© Marcos
Corrêa/Presidência da República/Divulgação O coronel do Exército Marcelo Costa Câmara (destacado no círculo):
assessor especial para investigações, dossiês e caça a petistas infiltrados no
governo.
Um dos primeiros
requisitos para ocupar um cargo no governo Bolsonaro é não ter fotos, mensagens nas redes sociais e
nenhum registro de ligação com o PT ou
com partidos de esquerda. O
currículo do candidato, ainda que seja brilhante, só é analisado numa segunda
etapa. A nomeação só será efetivada se não for constatado nenhum vínculo com
legendas de oposição. Essa triagem, conforme VEJA revelou em sua
atual edição, é chamada de “compliance” pela inteligência pessoal do presidente da República.
Um dos responsáveis
por fazer esse pente-fino é o coronel
do Exército Marcelo Costa Câmara. De uma sala no terceiro andar do
Palácio do Planalto, a poucos metros do gabinete de Jair Bolsonaro, o militar
cumpre missões de vasculhar a vida de indicados para cargos estratégicos no
governo. O objetivo dessa devassa é evitar que ocorram sabotagens e escândalos
de corrupção. Como o presidente
não confia na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), porque acha que em seus quadros há pessoas ligadas ao PT,
cabe ao coronel Câmara fazer um levantamento detalhado da vida pregressa de
cada candidato.
No ano passado, o
espião de Bolsonaro descobriu que um funcionário terceirizado da Casa Civil
mantinha em seu Facebook uma foto ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff. O
profissional acabou sendo demitido. Mais recentemente, coronel Câmara foi
incumbido de bisbilhotar a vida das nomeações feitas pela então secretária de
Cultura, Regina Duarte. O foco dessa missão era evitar que pessoas ligadas à
esquerda ocupassem cargos relevantes na pasta.
Para cargos do
baixo escalão, coronel Câmara só é acionado quando recebe uma demanda
específica do presidente. Em geral, Bolsonaro recebe notícias ou informações em seu WhatsApp —
e pede para o seu agente pessoal de inteligência “verificar a situação”.
O processo de
“despetização” é uma diretriz dada por Bolsonaro desde o início de seu governo.
Em janeiro de 2019, o então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, exonerou
cerca de 320 servidores em cargos de comissão (de livre escolha) que
trabalhavam em gestões passadas. O intuito disso era seguir uma recomendação do
presidente de ser livrar de “amarras ideológicas”. “A gente exonera e depois a
gente conversa”, disse Lorenzoni naquela época.
Presidente da
Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), o senador
Nelsinho Trad (PSD-MS) disse que irá apurar o caso junto com outros parlamentares.
“O presidente não pode utilizar a estrutura da administração pública para
levantar informações do seu interesse pessoal ou para fazer uma perseguição
ideológica”, afirma ele. “Alguns partidos me procuraram e estamos analisando
quais deverão ser as medidas tomadas na próxima reunião da CCAI, em junho”, diz
Trad.
EM TEMPO: Bolsonaro é um "santo". Quem quer levá-lo para casa, juntamente com os filhos, para terminar de criá-los e, principalmente, educá-los? Não consigo entender como é que Bolsonaro conseguiu estudar na AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), escola de elite do Exército, e só sabe fazer confusão e dizer palavrões. Agora durmam com essa bronca.
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