© Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
Correio Braziliense - Augusto Fernandes
O ministro da
Defesa, Fernando Azevedo, afirmou nesta segunda-feira (4/5) que as Forças
Armadas "cumprem a sua missão constitucional" e que elas
"estarão sempre ao lado da lei, da ordem, da democracia e da
liberdade".
O comunicado
acontece um dia depois das manifestações antidemocráticas que tiveram a
participação do presidente Jair Bolsonaro, em que apoiadores dele pediam o
fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), além de
uma intervenção militar no país.
Durante o ato,
Bolsonaro apareceu na rampa do Palácio do Planalto para cumprimentar os
manifestantes e fez intimidações a outros Poderes da República. O mandatário
afirmou que "chegou ao limite", que não iria "admitir mais
interferência" e que "não tem mais conversa". O presidente
ainda afirmou que "as Forças Armadas estão ao nosso lado".
Na nota oficial,
Azevedo destaca que "Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de
Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os Poderes
imprescindíveis para a governabilidade do País". O ministro da
Defesa ainda condenou os ataques a jornalistas que cobriam o protesto. "A
liberdade de expressão é requisito fundamental de um País democrático. No
entanto, qualquer agressão a profissionais de imprensa é inaceitável",
garantiu Azevedo.
Veja a íntegra da nota oficial
assinada pelo ministro da Defesa
As Forças Armadas
cumprem a sua missão Constitucional. Marinha, Exército e
Força Aérea são organismos de Estado, que consideram a independência e a
harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a governabilidade do País. A liberdade de
expressão é requisito fundamental de um País democrático. No entanto, qualquer
agressão a profissionais de imprensa é inaceitável.
O Brasil precisa
avançar. Enfrentamos uma Pandemia de consequências sanitárias e sociais ainda
imprevisíveis, que requer esforço e entendimento de todos. As Forças Armadas
estarão sempre ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade. Este é o
nosso compromisso.
Fernando Azevedo e
Silva, Ministro de Estado da Defesa
EM TEMPO: Enquanto houver um contingente considerável de militares na administração governamental o presidente Bolsonaro, ultradireitista, irá sempre tentar dar um auto-golpe para se perpetuar no poder. Consequentemente, o Ministro da Defesa irá sempre se pronunciar para acalmar os ânimos todas as vezes que Bolsonaro ultrapassar o limite constitucional. Mas, até quando a democracia estará em risco no governo Bolsonaro? Imagino que a solução menos traumática, a curto prazo, seria a maioria dos militares desembarcarem do governo. Só assim, o Bolsonaro iria arrefecer seu ímpeto golpista. Acredito ser pouco provável que os militares graduados queiram ser submissos a um ex-militar indisciplinado como foi o Bolsonaro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário