quinta-feira, 23 de abril de 2020

Toda a cúpula da PF de São Paulo se contaminou com Covid19 e superintendente diz que quase morreu



Extraído do Blog da Noélia  Brito em 23.04.2020.

Em entrevista à Coluna Painel da Folha de São Paulo, o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Lindinalvo Alexandrino de Almeida Filho, de 60 anos, contou que passou 16 dias internado com coronavírus e que chegou a perder 6 kg. 

"É uma doença pavorosa, que te suga. Quase fui parar do outro lado", afirma o policial, que também revelou que "Todos os integrantes da cúpula da superintendência também foram contaminados, na mesma época. É bobagem querer tentar adivinhar como foi, com quem foi, não dá para saber”, disse. Dias antes de ficar doente, houve um encontro com os médicos Roberto Kalil Filho e David Uip. Todos pegaram coronavírus.

Os cinco integrantes da cúpula da PF em São Paulo testaram positivo para coronavírus.

"Comecei um resfriado, depois no terceiro dia, perdi paladar e olfato, iniciou uma tosse pavorosa, não conseguia falar. Era tosse profunda. Perdi o apetite e aí veio uma febre. Persistiu por dois dias e calafrios. Fiquei dois dias em casa, sem comer, a respiração ficou curta e ofegante. Depois de dois dias, tentei comer uma sopa, para o organismo resistir. Na primeira colherada, eu vomitei a uma colher e vomitei o que não tinha no estômago", disse o superintendente ao Painel, hoje, 23, dia em que retornou ao trabalho.
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O policial contou que chegou ao hospital desfalecido, levado por um colega, porque não conseguia mais locomover: "Cheguei lá e fizeram exame de covid-19, que deu positivo, e a tomografia, deu pneumonia e, nos dois pulmões, o que eles chamam de vidro fosco. O médico me relatou que eu cheguei nos 45 do segundo tempo."

De acordo com Lindinalvo, ele tomou uma medicação bastante pesada por 13 dias, inclusive injeções na barriga, anticoagulantes, para não dar embolia pulmonar: "Tomei antibiótico e tudo o mais", afirmou. O policial não quis mencionar nenhum dos medicamentos que tomou.

"Eu peguei uma carona no barco de Hades, cujo barqueiro, na mitologia grega, é o Caronte, que transporta as almas, do mundo dos vivos para o mundo dos mortos. Só que para atravessar, você tem de pagar duas moedas, e eu estava no momento sem as moedas, e aí não paguei o barqueiro. Ele vendo que eu não tinha [as moedas], me fez descer do barco. Essa é a brincadeira que tenho contato pros meus amigos, para dizer o que ocorreu comigo", contou, ainda, o superintendente da PF paulista.

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