Estadão - Tânia Monteiro
© Gabriela Biló/Estadão Manifestação em frente ao Quartel General do Exército teve participação do presidente Jair Bolsonaro, pediu fechamento do Congresso e do Supremo, deposição de governadores e intervenção militar
A
presença do presidente Jair Bolsonaro na manifestação em frente ao Quartel
General do Exército contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), na
tarde deste domingo, provocou um "enorme desconforto" na cúpula
militar. Ao Estado, oficiais-generais destacaram que não se cansam de repetir
que as Forças Armadas são instituições permanentes, que servem ao Estado
Brasileiro e não ao governo.
Na
avaliação dos generais ouvidos pelo Estado, o protesto que chegou a pedir
intervenção militar não poderia ter ocorrido em lugar pior. “Se a manifestação
tivesse sido na Esplanada, na Praça dos Três Poderes ou em qualquer outro lugar
seria mais do mesmo”, observou um deles. “Mas em frente ao QG, no dia do
Exército, tem uma simbologia dupla muito forte. Não foi bom porque as Forças
Armadas estão cuidando apenas das suas missões constitucionais, sem interferir
em questões políticas.”
Eles
observaram que a presença de Bolsonaro em frente ao QG teve outra gravidade
simbólica. Pela Constituição, o presidente da República é também o comandante
em chefe das Forças Armadas. Mesmo com cuidados para evitar críticas diretas,
os generais ressaltaram que o gesto foi uma “provocação”, “desnecessária” e
“fora de hora”.
À
reportagem, os generais não esconderam o mal-estar. Afinal, Bolsonaro os deixou
em “saia justa”. Chefes militares não podem se pronunciar. O Estado ouviu sete
oficiais-generais, sendo cinco do Exército, um da Aeronáutica e um da Marinha.
Eles lembraram que o País tem uma “verdadeira guerra” a ser vencida e que não é
possível gastar energia com alvos diferentes. Houve quem observasse que o
presidente enfrenta “resistências”, inclusive do Congresso, mas todos avaliam
que a presença dele na manifestação provocou ainda mais a ira dos
representantes do Legislativo e do Judiciário.
Por
conta da presença do presidente na manifestação, houve necessidade de reforço
da guarda do QG. Isso acabou passando uma imagem que também foi considerada
ruim pelos generais. Os soldados deslocados para a guarda estavam de plantão e
tiveram de sair às pressas para o local da manifestação e, de certa maneira,
proteger Bolsonaro da multidão.
No
momento, os militares da ativa do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, sob a
batuta do Ministério da Defesa, tentam focar seus trabalhos no combate à
pandemia do novo coronavírus, sem emitir qualquer posicionamento político sobre
as polêmicas.
A
atitude do presidente, ainda segundo a análise de um dos militares, passa um
sinal trocado para a sociedade. As avaliações tiveram uma dose de desabafo por
parte dos generais. Eles ressaltaram que passam o tempo todo tentando separar o
governo do Exército, já que há sempre quem lembre da presença de militares em
cargos de ministro no Palácio do Planalto.
Um
general contemporizou lembrando que “não é a primeira vez” que acontece uma
manifestação em frente a um quartel. Outro emendou que “as manifestações
pacíficas e ordeiras são expressões legítimas da democracia”. Um terceiro
lembrou que podem pegar as gravações que não vão ver o presidente atacando
ninguém, mas falando de liberdade e de emprego. O clima, porém, era de
desconforto.
EM
TEMPO:
1 - Algumas pessoas pensam
que as demais são inocentes. Será que os militares iriam dar um “golpe”
para fechar o Congresso e o STF, mantendo o despreparado e psicopata, Bolsonaro, como
Presidente?;
2 - Convém lembrar que os militares já têm o vice-presidente Mourão, que não é "ouro 18", mas quando quer tem mais juízo e é mais preparado do que Bolsonaro, como seu legítimo representante, afora os Ministros Militares. Então, para os militares e boa parcela da população brasileira, incluindo políticos, juristas e parcela do empresariado, o melhor e menos traumatizante é a "Renúncia do Presidente". Provavelmente, é isso que deve acontecer brevemente, apesar dos "espetáculos físicos, midiáticos e do gabinete do ódio" do Bolsonaro. Por ironia do destino, talvez nem precise de "hum soldado e hum sargento" para entregar uma carta "sugestiva de renúncia" (rsrsrs);
3 - É verdade que o Bolsonaro
está provocando as instituições democráticas e está tentando criar o caos na saúde, além de
querer governar através de uma “Ditadura
Pessoal/Empresarial “, juntamente com os
seus filhos, provocadores digitais e
difusores de boatos e mentiras.
AGORA DURMAM COM ESSA BRONCA.
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