Foto: Pedro Ladeira/Folhapress |
DANIELA ARCANJO
Folhapress, 13 de abril de
2020
Desde a ameaça de demissão do
ministro Luiz Henrique Mandetta, na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem sido contrariado
seguidas vezes pelo chefe da pasta da Saúde. O presidente, porém, tem adotado o
silêncio.
Mandetta, que vê sua popularidade
crescer, tem adotado postura de enfrentamento ao presidente. Desde a ameaça de
demissão, já questionou por que Bolsonaro não o demite e afirmou que, sem
discurso unificado do governo durante a crise do
novo coronavírus, o brasileiro é levado a "uma dubiedade".
Relembre, a seguir, os últimos
movimentos do ministro nesse embate com presidente.
Enquadramento
Um dia depois de ameaçar "usar a
caneta" contra ministros que "viraram estrelas", Bolsonaro foi
questionado por Mandetta sobre o motivo pelo qual não o demitia. A pergunta foi
feita em reunião com outros ministros na segunda-feira passada (6). O
presidente teria ficado em silêncio.
Ministros militares, em parte
responsáveis por demover Bolsonaro da ideia de exonerar o ministro da Saúde,
tentaram contornar a situação. Mandetta também questionou o motivo de sua
nomeação, já que o presidente não o ouvia.
Recados em discurso
Após um dia inteiro de indefinição por parte do governo, naquela mesma segunda-feira (6), Mandetta anunciou que ficaria na pasta de Saúde. E deu alguns recados a Bolsonaro.
Após um dia inteiro de indefinição por parte do governo, naquela mesma segunda-feira (6), Mandetta anunciou que ficaria na pasta de Saúde. E deu alguns recados a Bolsonaro.
Em pelo menos dois trechos de seu
pronunciamento, ele falou insistentemente no respeito à ciência, além de ter
citado O Mito da Caverna, alegoria usada para ilustrar o conflito entre a
ignorância e o conhecimento.
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O ministro reclamou de "mais um
solavanco" durante o seu trabalho e apoiou as medidas dos governadores,
que se tornaram os antagonistas do presidente na crise de saúde.
Crítica ao presidente em Goiás
Neste último sábado (11), após
Bolsonaro se aglomerar com apoiadores em Águas Lindas de Goiás, Mandetta, que
também estava na cidade e observou a multidão à distância, criticou o
presidente.
"Posso recomendar, não posso
viver a vida das pessoas. Pessoas que fazem uma atitude dessas hoje daqui a
pouco vão ser as mesmas que vão estar lamentando", afirmou.
Entrevista para o Fantástico
Em entrevista neste domingo (12) para
o programa Fantástico, da TV Globo, Mandetta disse que brasileiro "não
sabe se escuta o ministro da saúde, se escuta o presidente, quem é que ele
escuta".
"Espero que essa validação dos diferentes
modelos de enfrentamento dessa situação possa ser comum e que a gente possa ter
uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma
dubiedade", afirmou.
EM TEMPO: Alguém quer levar Bolsonaro para casa, para concluir sua formação educacional, de costumes e cultural?
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