Foto: AP Photo/Andrew Medichini |
A atuação do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate ao ovo coronavírus vem
sendo criticada por especialistas, políticos e autoridades nos últimos dias. Na
noite desta quarta-feira (25), o ex-presidente Lula (PT), a exemplo de Fernando
Henrique Cardoso (FHC), disse ver Bolsonaro atingindo um limite.
“Ou esse cidadão renuncia, ou faz o
impeachment dele, porque não é possível que alguém seja tão irresponsável de
brincar com a vida de milhões de pessoas”, afirmou Lula em conversa com
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, publicada nas redes sociais.
Sobre o polêmico
pronunciamento de Bolsonaro, que foi criticado até pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), Lula se disse “assustado" e vê o atual presidente querer armar
uma “guerra política".
"Eu fiquei
assustado, porque o papel de um governante é orientar a sociedade. Tentar
orientar baseado em informações científicas. O presidente tem o Ministério da
Saúde, que tem dado determinada orientação. Para minha surpresa, o presidente
aparece ontem na televisão, de forma intempestiva, fazendo uma guerra política
contra a sociedade brasileira, contra governadores, contra prefeitos, que estão
tentando acatar as orientações dadas pelo próprio Ministério da Saúde,
subordinado ao presidente da República", ponderou o petista.
Lula também
criticou a postura de enfrentamento que Bolsonaro vem tomando ao criticar nos
últimos dias as ações de diversos governadores.
"Eu fico
imaginando se é esse o papel de um presidente da República. Seria mais correto
que ele tivesse convocado uma reunião com os governadores de estados, com
secretários da Saúde, juntado seu ministério, dado orientação única para que o
Brasil pudesse agir de forma coesa. Para mim, parecia uma preocupação
eminentemente política e eleitoral. Ele não está pensando no povo brasileiro,
não está pensando no coronavírus, ele está pensando nele".
Haddad, que foi
derrotado por Bolsonaro no segundo turno das eleições em 2018, chamou o
comportamento do atual presidente de “errático". O ex-prefeito de São
Paulo citou a polêmica medida provisória de suspensão de contratos que foi
editada e revogada pelo presidente em menos de 24 horas.
Ainda sobre a
MP, o ex-presidente criticou a postura da Confederação Nacional das Indústrias.
“O movimento sindical deveria partir pra cima da CNI. Como que ela tem a
coragem, em um momento de crise como esse, de tentar dar um ‘passa moleque’ nos
trabalhadores e fazê-los trabalhar e fazê-los ficar 4 meses sem receber
salário?”, questinou.
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