Fonte: Estadão |
ESTADÃO - Ricardo Galhardo
Diante do crescente
protagonismo de líderes de centro-direita como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e do
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
na oposição a Jair Bolsonaro durante a crise do
coronavírus, líderes da esquerda se uniram em um manifesto para pedir a
renúncia do presidente. Segundo eles, a
saída voluntária de Bolsonaro seria ¨menos custosa¨ao País. O processo de
impeachment, segundo alguns signatários, paralisaria o Congresso e o país
durante o combate à doença.
"Bolsonaro não
tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que
compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e
incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável.
Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um
presidente que contraria as autoridades de saúde pública e submete a vida de
todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que
um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro
grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma
saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder
pelos crimes que está cometendo contra nosso povo", diz o documento.
Assinam o texto os
três principais candidatos de esquerda derrotados por Bolsonaro na eleição
presidencial de 2018, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos
(PSOL), os presidentes do PT, Gleisi Hoffmann; PDT, Carlos Lupi; PC do B,
Luciana Santos; PSB, Carlos Siqueira; PSOL, Juliano Medeiros, e PCB, Edmilson
Costa, além de outras lideranças da esquerda como o governador do Maranhão,
Flavio Dino (PC do B), o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) e
os ex-senadores Roberto Requião (MDB-PR) e Manuela D'Ávila (PC do B-RS).
No texto, os
líderes de esquerda sugerem ainda a adoção de uma série de medidas de um Plano
Emergencial de Ação: reforço às medidas de redução do contato social, criação
de leitos de UTI e importação em massa de testes e equipamentos de proteção, implementação
da renda básica permanente para trabalhadores desempregados e informais,
suspensão da cobrança de tarifas de serviços para a população de baixa renda,
proibição de demissões com o socorro do Estado aos setores mais prejudicados
via financiamentos subsidiados e criação de um imposto sobre grandes fortunas.
De acordo com
signatários ouvidos pela reportagem, um dos objetivos é recolocar a esquerda no
papel de contraponto a Bolsonaro, hoje exercido pelos governadores, em especial
Doria, e pelo Congresso. No manifesto, as lideranças cobram medidas do
Congresso, governadores, prefeitos e Ministério Público, excluindo Bolsonaro e
seu governo das articulações para conter os danos físicos e econômicos da
pandemia.
¨Frente a um
governo que aposta irresponsavelmente no caos social, econômico e político, é
obrigação do Congresso Nacional legislar na emergência, para proteger o povo e
o país da pandemia. É dever de governadores e prefeitos zelarem pela saúde
pública, atuando de forma coordenada, como muitos têm feito de forma louvável.
É também obrigação do Ministério Público e do Judiciário deter prontamente as
iniciativas criminosas de um Executivo que transgride as garantias
constitucionais à vida humana. É dever de todos atuar com responsabilidade e
patriotismo¨, diz o manifesto.
EM TEMPO: Bolsonaro está ficando isolado
EM TEMPO: Bolsonaro está ficando isolado
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